segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lançamento do livro "Mentira conveniente" de Anita Brandão

A ALFARROBA publica Mentira Conveniente, um romance entrelaçado de emoções, fruto de um engenhoso embuste arquitetado pelas suas personagens.

Da autoria de Anita Brandão, o livro será apresentado na Biblioteca Municipal de S. João da Madeira, no dia 31 de agosto pelas 15h00.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As casas-museu de escritores

"Os escritores são os melhores guias das nossas regiões"


Sala onde escrevia Aquilino Ribeiro. A sua Fundação pertencerá a partir de Setembro à Associação de Fundações de Escritores de Espanha

Partilhar projectos na área da literatura, património e turismo é o objectivo da Direcção Regional de Cultura, que está a organizar uma rede regional de casas-museu. Uma rede ibérica também já arrancou

As casas-museu de escritores exercem sobre os seus visitantes um fascínio talvez estimulado pela procura de um espaço de inspiração, de trabalho, de alguma solidão no momento criador de uma obra ou de como esse espaço se relaciona intimamente com o autor.

A filha de Miguel Torga, Clara Crabbé Rocha, explicou quando legou à Câmara de Coimbra os objectos pessoais do escritor transmontano, para a constituição da casa-museu, que "como professora de Literatura, sei bem que a força do fascínio exercido pelas casas natais ou de residência dos escritores provém de um conjunto de razões entre as quais pesa a ideia dum "espírito do lugar", com tudo o que ela implica de voyeurismo, de aprendizagem, de celebração ou de homenagem."

Em Portugal há mais de 20 casas-museu de escritores. Curiosamente: nenhuma de uma mulher. A maior parte está no Norte. Por isso a Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) está a organizar uma rede regional de casas-museu. A rede Escritores a Norte pretende "unir esforços entre as várias instituições, servindo a DRCN como entidade agregadora entre os agentes culturais, de forma a que eles consigam ganhar algum músculo para realizarem actividades comuns", explicou ao PÚBLICO, João Sequeira, chefe de divisão da promoção e dinamização cultural da DRCN.

Coincidiu com a série Especial Verão do PÚBLICO sobre casas-museu de escritores um conjunto de reuniões para a criação desta rede entre várias casas, a saber: de Ferreira de Castro em Ossela; Fundação Eça de Queirós em Tormes; Fundação Aquilino Ribeiro em Soutosa; Casa de Camilo em Famalicão; as duas casas de Guerra Junqueiro (pai e filha) no Porto; de José Régio em Vila do Conde, e ainda o Centro de Estudos do Surrealismo em Famalicão; a Casa Aires Torres em Parada de Pinhão (poeta nascido em 1893; a casa foi inaugurada em 2009), a Casa das Quintãs em Mesão Frio (dos três escritores Pina de Morais, Domingos Monteiro e Graça Pina de Morais) e o Espaço Miguel Torga em São Martinho de Anta (infra-estrutura cultural da câmara de Sabrosa, inaugurada em 2009 com projecto arquitectónico de Eduardo Souto Moura).

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Morreu o escritor Urbano Tavares Rodrigues

Em Dezembro faria 90 anos, tinha 61 anos de carreira literária






O escritor, jornalista e militante do PCP, Urbano Tavares Rodrigues morreu na manhã desta sexta-feira, no Hospital dos Capuchos, em Lisboa.

O escritor estava internado há três dias. A notícia soube-se através da página de Facebook "Urbano Tavares Rodrigues - escritor" e foi publicada pela filha, a escritora Isabel Fraga: "O meu pai acaba de nos deixar. Estava internado nos Capuchos há três dias. Não tenho mais informações. Soube agora mesmo." O PÚBLICO confirmou.

O corpo de Urbano Tavares Rodrigues estará em câmara ardente a partir das 19h00 desta sexta-feira, na Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa.

Numa entrevista ao Ípsilon, em Outubro do ano passado, Urbano Tavares Rodigues dizia: “Mereço amplamente o Prémio Camões”.  A frase saiu a meio de uma conversa sobre livros e política. Reflectia o sentimento de uma justiça por fazer. Não era a primeira vez que deixava cair o desabafo. Fazia, então, 60 anos de obra literária e 89 de uma vida cada vez mais frágil fisicamente devido a uma insuficiência cardíaca. Continuava a escrever e continuou a editar até ser internado. O escritor, jornalista e activista do PCP morreu esta sexta-feira de manhã a poucos meses de completar 90 anos.

Urbano Tavares Rodrigues nasceu em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1923, filho de uma família de grandes proprietários agrícolas de Moura, Alentejo.  Foi aliás em Moura que fez a escola primária. Depois, já em Lisboa  ingressou no Liceu Camões, onde foi colega de Luís Filipe Lindley Cintra e do irmão de Vasco Gonçalves, António.

Licenciou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde cursou Filologia Românica. Desde cedo começou a militar na oposição ao Estado Novo. Isso valeu-lhe o impedimento de trabalhar como professor. Passou pela prisão em Caxias e foi para um longo exílio em França. Em Paris, conheceu alguns dos intelectuais da década de 1950, caso de Albert Camus, de quem foi amigo e que era presença frequente nas suas conversas.  Foi professor na Faculdade de Letras, crítico literário e esteve sempre ligado ao Partido Comunista Português.

O escritor, autor de Os Insubmissos, era amigo de Mário Soares. “É para mim uma grande e profunda tristeza o falecimento de Urbano Tavares Rodrigues, de quem fui amigo desde a minha juventude. Era um amigo íntimo e muito querido, uma pessoa com muitas virtudes”, disse esta sexta-feira ao PÚBLICO o antigo Presidente da República.

“Tivemos divergências políticas, naturais, sobretudo porque ele a partir de uma certa fase da vida transformou-se, tornou-se comunista. Mas quando nos víamos éramos os amigos de sempre, tínhamos conversas óptimas, discutíamos política”, acrescentou Mário Soares, que foi visitar o amigo há uns meses e que, por isso, já esperava a "notícia triste".

“Nessa altura já o tinha achado muito em baixo, fiquei convencido de que ele estava numa fase derradeira. De qualquer maneira é sempre uma tristeza muito grande saber da morte de um amigo querido. Um amigo que o foi até ao fim porque, apesar das nossas diferenças ideológicas, nunca deixámos de o ser. Tínhamos muito contacto. Era extremamente humano, dado. Estimo-o como escritor, como homem. Estimo-o muito.”

Autor de uma vasta obra, onde se destaca o romance, a prosa poética, o conto e a poesia, Urbano Tavares Rodrigues era um crítico atento e presença regular nas páginas dos jornais. Ao PÚBLICO, Manuel Alegre lembra que foi Urbano o autor do primeiro texto publicado sobre aPraça da Canção. “Saiu no República, em pleno fascismo”, lembra o poeta, recordando “um grande amigo, grande camarada, um escritor que marcou o século XX; um grande prosador que sempre tomou partido e não se fechou nunca numa torre de marfim e que combateu pela liberdade, pela acção e pela palavra.” 

O escritor e ex-deputado, salienta ainda a enorme atenção de Urbano Tavares Rodrigues às novas gerações de escritores. Foi para ele que José Luís Peixoto enviou um exemplar da edição de autor de Morreste-me, o seu primeiro livro publicado em edição de autor. E seria Peixoto a apresentar o último título de Urbano Tavares Rodrigues, A Imensa Boca dessa Angústia e outras Histórias, editado em Abril passado pela D. Quixote. “A minha mãe era leitora do Urbano. Havia muitos livros dele lá em casa. Parte da minha formação foi feita a lê-los. Na minha adolescência encontrava ali o Alentejo que era a minha realidade”, disse o escritor ao PÚBLICO.

Da Amazónia, onde está a participar num festival, José Luís Peixoto lamenta a morte do amigo, lembra a generosidade do homem que nos últimos anos tinha “alguma mágoa por ver a vida afastar-se de si”. Sinal dessa vitalidade que agora se manifestava apenas na escrita, lembra, Peixoto, é o filho de Urbano Tavares Rodrigues, António. Para ele Urbano deixou uma carta. Falava muito dela. Dizia que era a grande herança que lhe deixava. António que agora tem sete anos, deveria abri-la aos dez anos. A mensagem é a da tolerância.

Em 2007 começaram a ser publicadas pela Dom Quixote as suas Obras Completas. Nessa altura, Urbano Tavares Rodrigues disse ao Ípslion que era a concretização de um sonho antigo.


A académica Maria Alzira Seixo foi sua aluna no primeiro ano da Faculdade de Letras de Lisboa.Contou ao Ípsilon que o professor passava por ela e dizia: "Sabe, trago sempre comigo a pasta de dentes e o pijama.”A aluna naquela época, finais dos anos 50, achava desconcertante o desabafo. E nesse artigo do Ípsilon, em 2007, explicava ainda que quando, em 1958, apareceu Uma Pedrada no Charco, com que Urbano Tavares Rodrigues ganhou o seu primeiro prémio, o Ricardo Malheiros da Academia de Ciências, percebeu o que o seu professor lhe  queria dizer: “No mesmo dia o Urbano era chamado e às vezes preso  pela PIDE [a ex-polícia política da ditadura de Salazar].” 
Fonte: http://www.publico.pt/n1602646

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Exposição "DE PASSAGEM... PELAS GRANDES VIAGENS"


Aproveitando a época estival propícia a grandes viagens, a Biblioteca pretende divulgar a documentação existente sobre esta temática. 
Esta exposição bibliográfica estará patente na receção da Biblioteca entre 01 e 31 de Agosto.



NOVIDADES NA BIBLIOTECA - Leituras de AGOSTO


"Gostar de ler é trocar horas de tédio por outras deliciosas." 
Montesquieu (1689-1755)


A Biblioteca Municipal deseja a todos os seus leitores umas Boas Férias e Boas Leituras!