quarta-feira, 30 de abril de 2014

Exposição de fotografia "O cervo e outras histórias" de Carlos Ferreira



Um cervo de ferro, mira o céu carregado de nuvens.
O cervo é negro, as nuvens cinzentas

(lá em baixo a vila e o rio)


Um cervo esquivo subindo o monte 
Tímido ou altivo? Fugidio ou curioso?


Uma escada que desce, um postigo à espreita,
Uma porta de grande batente, uma silhueta em fundo azul.


Uma varanda em ferro forjado, um rosto jorrando água (sempre ele, o granito)


Uma imagem, uma viagem, histórias que ninguém contou.


Carlos M. Ferreira



Natural do Porto, Carlos M. Ferreira fotografa intensamente, como amador, desde os 20 anos.

Nos últimos 10 anos tem fotografado de forma mais convicta e compulsiva, fazendo novas experiências e apurando técnicas, nomeadamente o recorte, a colagem e a utilização de outros materiais de composição plástica

Desenvolveu o gosto pelo pormenor dedicando particular atenção ao que o rodeia

Interessa-se mais pelo detalhe que pela visão panorâmica ou de largo espectro

Nunca recorre a programas de edição digital. O seu trabalho resulta, exclusivamente, do olhar atento e do disparo da máquina. A luz e o enquadramento são para si o mais importante. O ângulo de visão é também fundamental.

Em 2011 entendeu ser chegada a hora de mostrar o seu trabalho tendo realizado a primeira exposição em Dezembro no Hotel Boega, em Gondarém, Vila Nova de Cerveira. Em 2012 expôs em Cerveira (Casa do Turismo) e Porto (Ordem dos Médicos) Em 2013, além da presente mostra, expôs já em Matosinhos (Galeria da Biblioteca Municipal) e voltará a mostrar os seus trabalhos em Ermesinde (Fórum Cultural).

segunda-feira, 28 de abril de 2014

VASCO GRAÇA MOURA (1942-2014)

Poeta, ensaísta e político social-democrata Vasco Graça Moura morreu na manhã deste domingo no Hospital da Luz em Lisboa, após uma longa e estóica luta contra o cancro, confirmou o PÚBLICO junto de fonte próxima da família. Tinha 72 anos.
Mesmo na sua fase terminal, a doença não o impediu de desempenhar, quase até aos últimos dia de vida, as suas funções de presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), nem de continuar a escrever e publicar livros e de enviar as suas crónicas semanais para o Diário de Notícias.
O corpo de Vasco Graça Moura estará a partir das 19h de domingo na Basílica da Estrela, em Lisboa. Na segunda-feira, ficará todo o dia em câmara ardente, estando prevista uma homenagem pública às 21h, com música de Bach e fado. Na terça-feira, será rezada uma missa pelo padre Tolentino Mendonça, às 10h, seguindo o corpo para o Cemitério dos Olivais, onde será cremado. As cinzas irão depois para o Porto, onde nasceu.
Homenageado em final de Janeiro pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada, a culminar o colóquio que a Fundação Gulbenkian lhe dedicou, Vasco Graça Moura era uma figura de características únicas na cultura portuguesa actual.
Poeta e tradutor de grandes poetas, romancista, ensaísta, dramaturgo, cronista, antologiador, historiador honoris causa, advogado, político, gestor cultural – e podiam acrescentar-se várias outras actividades –, Graça Moura foi um improvável espírito renascentista encarnado neste presente um pouco caótico de mais para o seu assumido gosto pela ordem e pela disciplina. Mesmo que nos fiquemos pela sua obra literária em sentido lato, seria talvez preciso recuarmos a um Jorge de Sena para encontrarmos um antecessor convincente da diversidade, qualidade e intensidade do seu trabalho criativo e intelectual.
Autor de quase 30 livros de poemas, de Modo Mudando (1963) a O Caderno da Casa das Nuvens (2010), foi ainda um tradutor épico, que parecia ter particular prazer em impor-se desafios colossais, como o de verter em português a Divina Comédia e a Vita Nuova de Dante, ou as Rimas e Triunfos de Petrarca, ou os Testamentos de François Villon, ou ainda a integral dos Sonetos de Shakespeare.
Escolhas que certamente coincidem com as suas paixões pessoais de leitor, mas às quais também não terá sido alheio um certo sentido de missão: Graça Moura empenhou-se, como tradutor, em enriquecer o património literário disponível em língua portuguesa, como se esforçou, enquanto responsável da Imprensa Nacional/Casa da Moeda (IN/CM), que dirigiu ao longo de toda a década de 1980, por combater o progressivo esquecimento dos grandes autores portugueses do passado. 
Traduzindo directamente do espanhol, do francês, do italiano, do inglês e do alemão, traduziu, além dos autores já referidos, extensas escolhas de poetas como Pierre Ronsard, Rainer Maria Rilke, Gottfried Benn, Walter Benjamin, Federico García Lorca, Jaime Sabines, H. M. Enzensberger ou Seamus Heaney, e ofereceu-nos ainda versões portuguesas de algumas das peças mais importantes dos três grandes dramaturgos franceses do século XVII: Corneille, Molière e Racine. 

Prémio Pessoa em 1995
É por estas duas dimensões, a de poeta e a de tradutor, que é mais reconhecido, e foram elas que lhe valeram as principais distinções atribuídas à sua obra, a começar pelo Prémio Pessoa, em 1995, e incluindo a criteriosa Coroa de Ouro do Festival de Struga, na Macedónia, que recebeu em 2004 – entre os vencedores das três edições anteriores contam-se dois prémios Nobel: Tomas Tranströmer e Seamus Heaney – e o Prémio Nacional de Tradução atribuído em 2007 pelo Ministério da Cultura italiano. 
Mas outras dimensões da obra de Graça Moura, como a ficção ou o ensaísmo, estão longe de ser negligenciáveis. Se títulos como Luís de Camões, Alguns Desafios (1980), Camões e a Divina Proporção (1985) ou Os Penhascos e a Serpente (1987) lhe dão um lugar de indiscutível relevo entre os camonistas contemporâneos, os seus ensaios abarcam temas tão variados como os Descobrimentos, a pintura portuguesa da Renascença, a construção da identidade cultural europeia, o fado, a pintura de José Rodrigues ou Graça Morais, a literatura de David Mourão-Ferreira ou Vitorino Nemésio, para citar apenas uma breve amostra. À qual não se pode deixar de somar o tópico do Acordo Ortográfico, que considerava um crime de lesa-língua, e ao qual dedicou, em 2008, o ensaio Acordo Ortográfico: a Perspectiva do Desastre. Tentar travar a sua aplicação tornou-se o grande combate cívico dos seus últimos anos.


Toda a sua obra está disponível na Biblioteca Municipal.

NOVIDADES NA BIBLIOTECA

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 DE ABRIL DE ADÃO CRUZ

Um cravo vermelho, cristal de vida no céu de chumbo, cada dia um mundo limpo e perfumado,
graças a ti flor da minha idade.

Caminho da esperança às portas da cidade, todo o mel e todos os frutos ali à mão.

Graças a ti cravo vermelho que venceste a solidão, veio o tempo ao nosso encontro e a manhã
despertou agitando as árvores.

E a noite se fez de estrelas que desceram aos cantos do jardim.

Um cravo vermelho e quente, mais que tudo amando a vida em qualquer língua entendida.

O mundo tinha o sabor de uma maçã, e os olhos inacabados eram cravos vermelhos.

Não havia cárceres nem torturas, apenas o calor de uma fogueira na praça do entusiasmo, e
uma jovem mulher dormindo um sono de criança nos telhados da revolução.

O seu rosto era uma nuvem dourada pelo sol e pela lua, os cabelos trigueiros uma seara e nos lábios a canção de Abril que encheu a rua.

Adão Cruz (1937- )
(médico cardiologista, poeta, pintor)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Apresentação de livros no DIA MUNDIAL DO LIVRO

No âmbito da celebração do Dia Mundial do Livro, foi com muito prazer que a Biblioteca Municipal recebeu ontem, às 20h30 e 21h30, o lançamento da obra "Auto da Sorte e do Azar" de Jorge Dias e a apresentação da obra "Servir" de Maria Helena Brandão.
A primeira, uma peça de teatro que, de Viriato aos nossos dias, faz uma crítica social ao abuso de poder que tem atravessado a nossa nação.
A segunda, uma obra que pretende questionar o leitor através de várias citações e textos que permitem uma reflexão mais profunda da nossa forma de estar perante a vida.
O que têm em comum?
São dois jovens sanjoanenses que ousaram expor-se e passar para livro o que sentem. Parabéns a ambos e desejamos que seja só o início...



 











quarta-feira, 23 de abril de 2014

WORKSHOP LIVRO DE ARTISTA - DIA MUNDIAL DO LIVRO

O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor foi comemorado na Biblioteca Municipal com a realização de um workshop de livro de artista.
“Os livros de artista são livros produzidos por artistas, na sua maioria para manuseio direto, assim possibilitando uma aproximação física, tatil e visual com a produção artística. São espaços de criação, onde se exploram vários tipos de narrativas, são locais privilegiados para experiências plásticas, no livro de artista é possível fazer uso de várias linguagens poéticas (artes visuais, poesia, literatura...).”
Constança Lucas
 

  
  
  
 

  
 


 

 

 





terça-feira, 22 de abril de 2014

23 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DO LIVRO na Biblioteca Municipal

O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge.

Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge (Saint Jordi) e recebem em troca, um livro. Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, desaparecidos nesta data em 1616.


Para comemorar este dia, a Biblioteca Municipal propõe uma série de atividades para vários públicos, onde se destacam workshops e apresentação/lançamento de livros, a saber:







10h00 e 14h00
Workshop Livros de Artista

“Os livros de artista são livros produzidos por artistas, na sua maioria para manuseio direto, assim possibilitando uma aproximação física, tatil e visual com a produção artística. São espaços de criação, onde se exploram vários tipos de narrativas, são locais privilegiados para experiências plásticas, no livro de artista é possível fazer uso de várias linguagens poéticas (artes visuais, poesia, literatura...).”
Constança Lucas

20h30  
Lançamento da obra "Auto da Sorte e do Azar"peça de teatro de Jorge Dias

Introdução:
Nesta peça procura-se recontar a História de Portugal segundo a perspetiva de três bruxas, principais responsáveis pelo destino da nação lusitana.
A narradora é Gaia, a mãe das outras duas bruxas, Urraca e Boaventura.
As personagens que interagem com as bruxas podem ser reais, ou não. Os nomes das personagens podem também ter sido modificados ou inventados.


21h30  
Apresentação da obra "Servir: a estratégia de S. João da Madeira: um apeadeiro a caminho da estratégia de Lisboa (ou da seguinte)" de Maria Helena Brandão

Sinopse:
Se um país fosse uma pessoa será que seria muito diferente da pessoa que seria se fosse um país? Se uma pessoa pudesse escolher ser um país, que tipo de país escolheria ser? E este? Que tipo de pessoa escolheria viver? Quanto ao colectivo português em particular, cabe a cada um escolher o Portugal que quer ser. Neste momento: vive o Portugal que deseja? A Little Sister é a voz da consciência, do ser, como alternativa ao ego, a voz do Big Brother. Da consciência (e do ego) emergiu esta obra acerca de pertença, identidade, diferença e cidadania. É acerca de um percurso comum e universal e das questões que o foram pautando:
O que significa pertencer a um país? Qual o peso do colectivo no individual e vice-versa? O que há dentro de mim de tipicamente português?
Um país é um estado de espírito, uma atitude, uma escolha, uma decisão que requerem…uma pessoa (regra geral o próprio).
Ser português é fácil. Difícil é ser cidadão.

Maria Helena Brandão
Tornou-se numa cidadã a pulso. Para tal superou a censura interna, ouviu o outro, ouviu-se a si própria, expressou-se livremente e concretizou a obra. Chama-se democracia aplicada e resulta num cidadão. Foi o que de mais importante fez até hoje. Ao fazê-lo tornou-se autora da sua própria vida. Tornou-se responsável. Ao escolher publicar esta obra elegeu-se e deixou-se de campanhas eleitorais. À escala da sua vida tornou-se a medida de todas as coisas que dela fazem parte. Criou o seu próprio programa de vida: avaliar cada situação caso a caso e decidir conforme o que melhor a servir. Trocou os eleitores pelos cidadãos. Mais do que uma autora é uma obra em progresso ao ritmo da própria vida e dos desafios que a democracia lhe traz a cada dia. É difícil e arriscado. A democracia está sempre a inovar. É dinâmica e inédita. A cada dia é preciso ser-se outro. Começar de novo.

Contamos consigo!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

APRESENTAÇÃO DE LIVROS DE PEDRO LARANJEIRA

Ontem, pelas 21 horas decorreu a sessão de apresentação de livros do jornalista e escritor Pedro Laranjeira. 
A apresentação esteve a cargo do Dr. Magalhaes dos Santos. 
Os livros apresentados estarão em breve disponíveis na Biblioteca.