História

A BIBLIOTECA MUNICIPAL DR. RENATO ARAÚJO


“A biblioteca pública – porta de acesso local ao conhecimento – fornece as condições básicas para a aprendizagem ao longo da vida, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural do indivíduo e dos grupos sociais.
A biblioteca pública é o centro local de informação, que torna prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os géneros.
Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social.”
In, Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas



A Biblioteca Municipal de S. João da Madeira é a mais antiga instituição cultural da cidade, completando 50 anos de existência a 11 de outubro de 2011.
A sua história começa a ser contada quando a 4 de agosto de 1954, em reunião do Conselho Municipal, Dr. Renato Araújo comunica que, em homenagem à memória seu pai, Benjamim José de Araújo, primeiro Presidente do Concelho, pretende oferecer à Câmara Municipal um edifício para a instalação da Biblioteca, aspiração que vinha sendo referida por diversos sanjoanenses.
Dois dias depois, a 8 de agosto de 1954, o Jornal “O Regional” publica o projeto da Biblioteca Municipal que o Dr. Renato Araújo se propunha custear na íntegra. 

Falecendo em 1958, o Dr. Renato Araújo já não assistiria à concretização de tal projeto, pelo que será a Sra. D. Manuela Morais de Araújo, sua viúva, quem formalizará a doação à Câmara Municipal de um terreno destinado à construção da Biblioteca respeitando, assim, a vontade de seu marido.

Lançamento da 1ª pedra
A Biblioteca Municipal é inaugurada a 11 de outubro de 1961 pelo então Presidente da Câmara Manuel Vieira Araújo, concretizando-se deste modo a grande aspiração da elite intelectual local.
O primeiro fundo documental da Biblioteca, constituído por cerca de 3.000 volumes, resulta de doações de amigos e ofertas em dinheiro para as aquisições.
No jornal “O Regional”, de 19 de junho de 1960, em artigo publicado pela direção da biblioteca, dava-se notícia do trabalho de catalogação em curso, apelando à população em geral para a oferta
“de toda a sorte de livros, uma vez que é vária e heterogénea a formação da população sanjoanense”.

Em 1968 o espólio da Biblioteca é enriquecido na sequência da doação de mais de 5.000 livros da coleção pessoal de José Moreira. Esta doação foi formalizada pela sua viúva, Maria Librantina Silva Moreira, cumprindo-se assim o estipulado no testamento de José Moreira.


José Moreira
 Maria Librantina Silva Moreira


Todo este fundo, constituído por edições brasileiras raras bem como por um valioso fac-simile da “Carta de Pêro Vaz de Caminha sobre o descobrimento da Terra Nova”, viria a ser tratado pelo Dr. Maurício Fernandes, dando origem a um extenso catálogo organizado por autor (onomástico), por título (didascálico) e por assunto (ideográfico).
Mais tarde, e visando incrementar a qualidade e número de livros disponibilizados, a Câmara Municipal propõe à Fundação Calouste Gulbenkian transformar a Biblioteca Itinerante da Fundação (que se instalava regularmente na Praça Dias Garcia) numa unidade fixa que viria a ocupar todo o rés do chão do edifício.
A 7 de julho de 1984 a família do escritor sanjoanense João da Silva Correia doa todo o seu espólio literário à Biblioteca Municipal.

Ao longo dos anos 80 são tomadas, a nível nacional, diversas medidas que visam a melhoria dos serviços prestados pelas Bibliotecas, nomeadamente, a elaboração de um Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, em 1983, e a criação de uma Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, em 1987, e na sequência da qual o Instituto Português do Livro e da Leitura concebe um programa de apoio técnico e financeiro para a criação ou remodelação de Bibliotecas Municipais.
É assim que, em 1994, começam as obras de adaptação e ampliação da Biblioteca Municipal, decisão facilitada devido à mudança de instalações da Caixa Geral de Depósitos.

 
Em 31 de julho de 1999 é então inaugurado o novo espaço da Biblioteca Municipal pelo Ministro da Cultura, Dr. Manuel Maria Carrilho.


 
Para além dos habituais serviços de consulta e empréstimo domiciliários, a Biblioteca Municipal começa a dispor de novas valências, nomeadamente, uma secção infantojuvenil, uma secção audiovisual e um espaço para os periódicos.
Paralelamente, inicia-se nesta fase o processo de informatização da Biblioteca Municipal que veio introduzir importantes alterações do ponto de vista do tratamento documental.
Começando por utilizar um programa informático muito rudimentar, a Biblioteca Municipal acaba por aderir mais tarde ao PORBASE (Base Nacional de Dados Bibliográficos) e adquire um modem com ligação à rede telefónica para acesso ao computador central de Geac (Rede Comum de Gestão Bibliográfica) e a um catálogo em linha das Bibliotecas Públicas Portuguesas.
A 17 de maio de 1986, no âmbito das Comemorações da Elevação a Cidade, o então Presidente da República, Dr. Mário Soares, inaugura a sala de leitura informatizada no 1º andar da Biblioteca.



 
Entre 2000 e 2002 procedeu-se à informatização do Fundo Documental, incluindo o Fundo Local, passando a ser disponibilizados em catálogo on-line.
Em janeiro de 2009, e num contexto de acelerado processo de desenvolvimento, a Biblioteca Municipal Renato Araújo inicia um novo período na sua história com a criação de um Serviço Educativo que tem proporcionado um conjunto de atividades destinadas a diferentes públicos, de “Conversas com” escritores, de Exposições Temporárias frequentes e um novo espaço para leitura de periódicos.
Em 2010 são apresentadas duas candidaturas para o desenvolvimento de dois importantes projetos. O primeiro destina-se à Digitalização e disponibilização na Internet dos documentos que integram o Fundo Local da Biblioteca, facilitando deste modo o acesso à informação e a preservação dos próprios documentos.
O segundo projeto refere-se à criação de um Centro de Leitura Especial destinado a cegos e amblíopes, que disponibilizará um conjunto alargado de documentos em Braille e equipamento informático adequado às necessidades deste público.
Finalmente, e aderindo em pleno às novas tecnologias da informação, a Biblioteca cria em 2009 um Blogue e adere ao Facebook, iniciando uma nova forma de comunicação com os seus públicos.




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