sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

BOAS FESTAS


NOVIDADES LITERÁRIAS E SUGESTÕES DE LEITURA

 
 

CLUBE DE LEITURA - DEZEMBRO



Ontem, pelas 21h00 decorreu a sessão do Clube de Leitura, para mais uma conversa sobre livros.

Desta vez, foi dedicada à obra "A casa de papel", do escritor argentino Carlos Maria Dominguez, o que nos permitiu uma viagem pela América Latina (Argentina, Uruguai, Punta del Este) e pela literatura mundial.

Foi com prazer, que de livro em livro, se empreendeu uma viagem sem "loucura" e que nos proporcionou um serão bem passado, com um marcador de livros como presente, para cada uma de nós.

Obrigada a todas!

A sugestão para a leitura deste livro foi feita pela Ana Paula Oliveira que escreveu também este magnífico texto:

Os livros mudam o destino das pessoas, mas as pessoas também mudam o destino dos livros. Poderia ser a frase sinopse deste livro. 
Bluma, uma professora de Cambridge, é atropelada enquanto lia o segundo poema de Emily Dickinson. Bluma morre no início da história, mas a sua presença mantém-se ao longo da trama. Mulher com uma personalidade marcante, marcou quem com ela se cruzou, quer intelectual quer fisicamente. Os livros fizeram parte da sua vida, influenciaram o seu modo de vida e houve um que acabou por ser o motivo da sua morte.
"Mas conheci uma professora inglesa, muito bonita, que foi o melhor de tudo. Uma daquelas académicas fogosas e petulantes que revestem tudo de citações literárias e que, se lhes tocasse morrer, preferiam ser atropeladas enquanto liam Emily Dickinson"(pág. 51).
O seu substituto, narrador desta história, recebe pelo correio uma misteriosa encomenda, vinda de Buenos Aires e endereçada a Bluma, que contém o livro A Linha de Sombra, de Joseph Conrad, cuja capa incrustada de cimento traz uma dedicatória, escrita por ela, a Carlos Brauer. 
O narrador não descansa enquanto não descobre o mistério deste cimento no livro. Vem a conhecer Agustin Delgado numa viagem pela Argentina e pelos seus meios literários. Este apresenta-lhe a história de Carlos Brauer e da sua obsessão pela literatura.
"O interesse de Bauer era a literatura - continuou - , sobretudo edições espanholas, livros de arte,  o romance do século XIX, muitos franceses e russos..." (pág. 26) "devorava quantos livros lhe chegavam as mãos" (pág. 32, 33, 34),  colecionador de livros raros e de primeiras edições, o qual lia os autores do século XIX à luz das velas e determinados escritores ouvindo músicas de compositores da mesma época, entre outras obsessões, e que mantinha com os livros uma relação de grande prazer, chegando mesmo a ser erótica, na forma como os usava. "eu fodo com cada livro e, se não houver marcas não há orgasmo" (pág. 35, 36). 
Mas, a certa altura, os livros começam a ser um peso para ele, um pesadelo: invadem-lhe a casa e não os encontra, fazem-lhe perder os amigos e o dinheiro e viver na solidão (pág. 39,40). É, então, que começa a mostrar sinais de loucura na catalogação dos livros, recusando juntar autores cujo relacionamento na vida real não é o mais harmonioso (pág. 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 52, 57). E a loucura atinge o seu ponto máximo depois de um incêndio que lhe destrói o sistema de catalogação e se torna impossível encontrar o livro pretendido. Decide partir para uma praia isolada e, num ato de completa insanidade, constrói uma casa feita de tijolos de papel: a sua imensa biblioteca. Ao longo do livro, no narrador leva o leitor a confrontar-se com referências a várias obras da literatura universal que, no fundo, são as protagonistas desta história. 
Em suma, a biblioteca que vamos construindo é uma vida, mais do que um somatório de livros… “Uma biblioteca é uma porta no tempo” e “um leitor é um viajante através de uma paisagem que se foi fazendo. E é infinita” (pág. 35). 
Neste pequeno romance (ou será longo conto?) revelam-se os limites a que a paixão pelos livros pode levar um ser humano. Os livros são aqui descritos como objetos com vida própria, podendo influenciar decisivamente a vida dos seus donos. 
Será, também, uma metáfora da vida: a perda conduz ao desgosto, à irracionalidade e a atos desesperados. 
A casa de papel é um livro para quem gosta de livros com livros dentro.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

NOVIDADES LITERÁRIAS E SUGESTÕES DE LEITURA




 
 

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "PEÓNIA VERMELHA" DE ANDRÉ OLIVEIRA

Ontem, pelas 21h30, na Biblioteca, decorreu a sessão de apresentação do livro "Peónia vermelha" de André Oliveira, na qual marcaram presença familiares, amigos e admiradores do autor. 

A apresentação esteve a cargo das Dras. Cristina Marques e Paula Amorim, professoras que marcaram de alguma forma a vida do jovem escritor. André Oliveira na juventude foi poeta e participou em revistas literárias das escolas.

Atualmente é músico, canta, representa e assume-se como cinéfilo "obcecado". 

Como escritor este é o seu primeiro romance, ou mais concretamente, um thriller, algo em grande moda, lançado por Dan Brown, seguido pelo português Luís Miguel Rocha e muitos outros. 

A obra tem acção, um complexo enredo, com muitas peripécias, uma boa construção de personagens e uma boa dinâmica no ritmo narrativo. As suas descrições fogem ao tradicional, com um substantivo, muitos adjectivos, metáforas, comparações que enriquecem muito o texto.As suas frases são completas, com um avanço na acção cheia de dinamismo e bastante visual.

Aparece bastante clara a sua visão do mundo em todas as suas perspectivas. Nos cinquenta e dois capítulos há um espaço temporal, percebe-se o diário da narrativa, mas também aborda o microespaço, como por exemplo a cabana ou a limusine. Usa o itálico para fazer uma separação entre aquilo que é a voz do pensamento da personagem,  ou com o que se pode dizer apenas com um olhar, mas não falta o calão também. Os diálogos são muito bem construídos.

Quanto ao conteúdo, desbrava os meandros da mente humana, sobressaem o cidadão, a política, o poder dos lobbies, denuncia a sociedade materialista e de consumo desenfreado, a realidade do nosso quotidiano, o que nos revela também a sua faceta ideológica, o seu sentido de humor muito peculiar e um profundo conhecimento do mundo. Mas há também uma história de amor, que se torna o motor da leitura.

Remete-nos para uma viagem pela cultura chinesa e oriental que o autor muito admira.
A flor peónia que simboliza o afeto, o vermelho a prosperidade que se deseja para a carreira artítica do escritor. 

Como referiu a Dra. Cristina Marques, "que este seja o primeiro de uma longa série e pudesse eu oferecer-te uma peónia vermelha". 




























sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO "ANIMATIONS4ALL_Experimentar, Fazer e Aprender” de MAFALDA SOFIA ALMEIDA

Na passada sexta-feira, pelas 18h30, decorreu a inauguração da exposição"ANIMATIONS4ALL_ _Experimentar, Fazer e Aprender” de Mafalda Sofia Almeida.

Nesta exposição são exibidos objetos bi/tridimensionais, desenvolvidos por jovens e adultos com Necessidades Educativas Especiais, que resultam de um projeto de investigação científico e multidisciplinar, “ANIMATION4ALL_Experimentar, Fazer e Aprender. O Cinema de Animação como Instrumento Inclusivo e Pedagógico” e realizado em parceria com a Cerciespinho, onde se apresentam algumas das obras concebidas, por jovens e adultos com Necessidades Educativas Especiais, no decorrer de várias atividades e exercícios lúdico-didáticos tendo por referência uma educação mais ativa e expressiva, no caso com base o cinema de animação. 

"Um projeto cheio de Amor, pensado, estruturado e adaptado. Um trabalho construído passo a passo, onde tudo se torna válido, onde todos contribuem, onde todos têm talentos, onde todos têm um papel importante... E tudo isto porque acreditamos que é sempre possível encontrar novas soluções e traçar novos rumos na educação, que possibilitem uma formação mais ativa, criativa e que promova a participação e a inclusão deste público-alvo".

A autora é Doutorada em Ciências da Informação e Comunicação: Elaboração de Produtos Audiovisuais (2015/UEx). Diploma de Estudos Avançados: Comunicação Audiovisual e Publicidade – Comunicação Empresarial e Institucional (2011/UEx). Mestrado em Tecnologia Multimédia – Perfil Design (2009/FEUP). Licenciatura em Design de Comunicação e Técnicas Gráficas (2002/ESTGP). Bacharelato em Engenharia da Comunicação e Técnicas Gráficas (1999/ESTGP). Inicia o seu percurso ligado ao ensino em 2002, por meio do Ensino Técnico Profissional, passando pelo Ensino de Especialização Tecnológica e Terminando como Professora Assistente dos cursos de Licenciatura em Design de Comunicação e Design de Animação e Multimédia, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre (2004/2012). Autora e Co-autora de vários projetos criativos e pedagógicos.

Esta mostra ficará patente na Biblioteca até 31 de Dezembro, dentro do horário de funcionamento da Biblioteca.