segunda-feira, 15 de março de 2010

OS DOIS COMPADRES de Honório Baptista Resende


Amanhã, dia 16 de Março, pelas 21h30, será apresentado o livro Os dois compadres de Honório Baptista Resende, na Feira do Livro, na Zona Pedonal.


A poesia de Honório Baptista de Resende radica na estética clássica, não sendo alheia à crítica social do presente, conglomerando, assim, dois tipos, uma experiência literária que, nascida da tradição, nos sabe a nova.
As suas obras como: Os Dois Compadres, Reflexos, Vinte horas na Ria, Protesto, Etapas, Comprometedora aventura, Murmúrios e silêncios, Inverno e Primavera, Fragmentos, Talvez humor, Íntimas confidências, À memória de Eugénio de Andrade, etc. reflectem essa preocupação, espécie de acorde na harmonia dos tempos.
Tendo respirado sempre os ares dos campos, a sua poesia é espelho dessa sociedade, criticando-a umas vezes, encantando-se com ela outras, deixando ao correr da pena o encargo de trazer as memórias à tona do tempo.
Esta obra Dois Compadres, é o exemplo flgrante da sua memória, a intenção de recuperar o passado, de o fixar em letra de fôrma.
Ao lermos esta obra, percorremos os caminhos velhos, descobrimos ou redescobrimos as pessoas, as coisas, os lugares, a ternura ou a rudeza entrelaçadas em imagens, um mundo que se abre à presença dos olhos esquecidos.
Obra extensa, minuciosa, rica de pormenores, recupera os ecos quase extintos do tempo e converte-os em sons audíveis, interpretáveis, fazendo renascer o que quase morreu.
Apesar dos difíceis tempos das antigas comunidades rurais portuguesas, uma melancolia percorre a obra do poeta, adoçando por vezes a aspereza dos factos, deleitando-se não com eles mas com a sua memória que, inevitavelmente, esbate os contornos.
Os Dois Compadres são o reflexo de um tempo caldeado na realidade e nas lembranças.
introdução de Amilcar Conceição Coelho das Neves


Quem é Honório Batista Resende?
Nasceu em 1935, em Válega (Ovar).
Aos onze anos deu entrada no Instituto de Cegos de S. Manuel, no Porto, onde concluiu o Ensino Básico e o Conservatório de Música da mesma cidade tendo sido, até à data, o único invisual a tirar o Curso Superior de violino daquela escola.
Foi telefonista durante 20 anos na firma F. Ramada.
Acabou por ingressar no ensino como professor de Educação Musical na Escola Preparatório de Esgueira e na de Oliveira de Azeméis, onde estagiou. Trabalhou ainda em Sever do Vouga e Portimão.
É formado em Ciências Musicais na Escola Superior de Educação em Lisboa.

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