domingo, 10 de outubro de 2010

MÁRIO VARGAS LLOSA - PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2010

A Academia Sueca de Estocolmo atribuiu o Prémio Nobel deste ano ao escritor peruano Mário Vargas Llosa, por uma escrita que faz a “cartografia das estruturas do poder”. Uma distinção há muito aguardada pelo peruano de 74 anos, que até pensou tratar-se de uma brincadeira de um amigo, quando recebeu a notícia. O prémio tem um valor monetário de cerca de um milhão de euros e vai ser entregue ao escritor em Dezembro.

O escritor de 74 anos é um dos mais premiados autores da América Latina pelo seu trabalho como romancista, ensaísta e dramaturgo, e depois de uma longa espera na lista dos candidatos ao Nobel, viu assim recompensado o trabalho de quase meio século.
A Academia Sueca justificou este galardão pela “cartografia das estruturas do poder e pelas imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo”.
Mario Vargas Llosa estava em Nova Iorque quando recebeu a notícia do prémio por telefone, e confessou ter ficado “muito, muito feliz e muito comovido”.

Jorge Mario Vargas Llosa nasceu em Arequipa, no Peru, a 28 de Março de 1936, e foi galardoado, entre outros, com os seguintes prémios:
  • Prémio Rómulo Gallegos (1967),
  • Prémio Cervantes (1994),
  • Prémio Nacional de Novela do Peru (1967),
  • Prémio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e
  • Prémio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997).

Em 1985 foi condecorado pelo governo francês com a Medalha de Honra. Aos 74 anos, o escritor, membro da Real Academia Espanhola da Língua, mantém-se ainda em profícua actividade como romancista, crítico literário, colunista na imprensa, ensaísta, dramaturgo e professor universitário.
Da vasta bibliografia destacam-se “A Casa Verde” (1967), “Conversa na Catedral” (1969), “Pantaleão e as Visitadoras” (1973), “A Tia Júlia e o Escrevedor” (1977), “A Guerra do Fim do Mundo” (1981), “História de Mayta” (1984), “Quem Matou Palomino Molero?” (1986), “O Falador” (1987), “Elogio da Madrasta” (1988).
A partir da década de noventa escreveu, entre outros, “Como Peixe na Água” (1993), “Os Cadernos de Dom Rigoberto” (1997), “Cartas a Um Jovem Romancista” (1997), “A Festa do Chibo” (2000), o “Paraíso na Outra Esquina” (2003), “Travessuras da menina má” (2006) e o “Diário do Iraque” (2007).
A editora Quetzal vai publicar este ano o novo livro de Mário Vargas Llosa, “El sueño del Celta” (“O Sonho do Celta”), que será editada em Espanha e nos países latinos no dia 3 de Novembro, ainda que ainda não se conheça a data de publicação em Portugal.
“El sueño del Celta” é baseado na vida do irlandês Roger Casement, um profundo defensor dos direitos humanos, o que obrigou Vargas Llosa a dedicar três anos da sua vida para escrever o romance.
Encontram-se disponíveis na Biblioteca as seguintes obras do autor:

  • Os cachorros; Os chefes
  • História secreta de uma novela
  • Pantaleão e as visitadoras
  • Quem Matou Palomino Molero?
  • O falador
  • A casa verde
  • Lituma nos Andes
  • Como peixe na água: memórias
  • A guerra do fim do mundo
  • Os cadernos de Dom Rigoberto
  • A tia Júlia e o escrevedor

Breve nota biográfica

Nasce em 1936 no Peru, vive a sua primeira infância na Bolívia, em 1946 muda-se para Lima e aos 14 anos ingressa num Colégio Militar como aluno interno.

Em 1953 é admitido na Universidade Nacional, em Lima, onde estuda Letras e Direito. Recebe uma bolsa de estudo, vai para a Universidade Complutense em Madrid e obtém um doutoramento em Filosofia e Letras. Mais tarde, vive alguns anos em França.

O tema recorrente das suas obras é a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru e de toda a América Latina. Sofreu ainda uma forte influência do existencialismo de Jean Paul Sartre. Muitas das suas obras são autobiográficas.

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