terça-feira, 29 de novembro de 2011

Apresentação do livro "ANDAR NA VIDA" de Alexandra Oliveira

SINOPSE : “Andar na vida: prostituição de rua e reacção social” é um livro que resulta de uma investigação sobre o mundo social da prostituição de rua. Com esta pesquisa, Alexandra Oliveira, que obteve o seu doutoramento na Universidade do Porto, o primeiro em Portugal sobre este tema, alcançou um conjunto de conhecimentos que ajuda a desmontar estereótipos e crenças erradas sobre a prostituição e as prostitutas de rua.
Esta investigação utilizou a etnografia, método que se caracteriza pela imersão prolongada no contexto de investigação e que tem como instrumento central de pesquisa a observação participante. A opção por este método fundamentou-se na ideia de que a observação, a interacção e a experiência pessoal directas são a melhor forma de alcançar um conhecimento preciso e aprofundado sobre as pessoas que se prostituem. A sua investigação recorreu ainda a outros métodos complementares como as entrevistas aprofundadas e a análise de notícias de jornais ou de sites da internet.

Assim, a autora imergiu durante cinco anos no terreno da prostituição de rua, no Porto, sendo que, na fase mais intensiva e sistemática da investigação, permaneceu na rua a uma média de três dias por semana, chegando a ficar 12 horas seguidas em contexto, observando, ouvindo, interagindo e entrevistando prostitutas e prostitutos, seus companheiros afectivos, clientes do comércio do sexo, donos e gerentes das pensões onde se desenrola o sexo pago, entre outros actores que habitam o mundo da prostituição.

No cerne deste trabalho, encontram-se explicações e interpretações sobre o mundo social da prostituição rua - como se organiza, que territórios ocupa, que dinâmicas implica e que tipo de relações o compõem; o mundo familiar de quem a pratica, incluindo os seus companheiros, os filhos e outros familiares; os discursos de mulheres e de transexuais sobre a actividade que exercem e sobre as suas próprias vidas; e a reacção social aos actores, designadamente a estigmatização, as exclusões e as várias formas de violência de que são alvo. Por fim, a autora aponta algumas directrizes interventivas que decorreram da sua investigação, como, por exemplo, ao nível da redução de riscos e minimização de danos com pessoas que se prostituem.

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