domingo, 18 de dezembro de 2011

EDUARDO LOURENÇO VENCE PRÉMIO PESSOA 2011

O escritor português Eduardo Lourenço, distinguido na passada sexta-feira com o Prémio Pessoa’2011, anunciou a edição de uma nova obra sobre música e gostava de reeditar  “Os Militares e o Poder”.
A “'obrinha sobre música”, como chamou ao novo livro, vai ter como título “Tempo da Música, Música do Tempo”. Eduardo Lourenço disse que “a música e a poesia foram uma espécie de companhia. A música é o canto do nosso próprio inconsciente”, afirmou.
Segundo a editora Gradiva, encarregada pela publicação, “são textos inéditos, colhidos em fontes dispersas e pessoais do autor e seleccionados pela historiadora da arte e musicóloga Barbara Aniello.
Crítico, ensaísta, professor e filósofo, o escritor disse ter ficado “estupefacto e surpreso” com o anúncio do prémio. “Estava muito longe de pensar que ainda ia receber um prémio deste género”, disse o filósofo. “Mas reflecti melhor e acho que é, de todos os prémios que recebi, o mais justificado, por aquilo que tenho feito e escrito e sobretudo pela atenção à obra, à figura e ao destino de Fernando Pessoa e pelo que representou para mim”, realçou o escritor, autor de “Poesia e Metafísica”. Distinguido em 1996 com o prémio Camões, publicou o seu primeiro livro, “Heterodoxia”, em 1949, e colaborou no Diário de Coimbra, publicando as “Crónicas Heterodoxas”.
Desde 1999 ocupa o cargo de administrador (não executivo) da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Influenciado pela leitura de Husserl, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre e pelo conhecimento das obras de Dostoievski, Franz Kafka e Albert Camus, foi associado de um certo modo ao existencialismo, sobretudo por volta dos anos 50.
Ostenta vários prémios e medalhas, tais como Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (2008), o Europeu de Ensaio Charles Veillon, concedido em 1988 por ocasião da sua obra “Nós e a Europa ou as Duas Razões”, no ano em que foi colocado em Roma como adido cultural português.
Assinou ensaios polémicos como “Presença ou a Contra-Revolução do Modernismo Português? (1960), um estudo sobre o neo-realismo intitulado “Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista” (1968). Aproximou-se da modernidade, da obra de Fernando Pessoa, a propósito da qual deu à estampa o volume “Pessoa Revisitado” (1973), ou “Fernando Rei da Nossa Baviera” (1986).
Indiferente à sucessão de correntes teóricas, e fugindo tanto ao historicismo como a pretensas análises objectivas, a perspectiva de Lourenço influenciou já outros autores, como por exemplo Eduardo Prado Coelho e encontra-se enunciada num livro central, “Tempo e Poesia” (1974). 


Obras disponíveis na Biblioteca:

  • O complexo de Marx ou o fim do desafio português 
  • Os militares e o poder
  • Pessoa revisitado
  • Tempo e poesia 
  • Fernando Pessoa revisitado : leitura estruturante do drama em gente
  • Ocasinais
  • O labirinto da saudade: psicanálise mítica do destino português
  • O canto do signo : existência e literatura  
  • Sentido e forma da poesia neo-realista 
  • António Osório
  • Fernando, rei da nossa Baviera
  • Nós e a Europa ou as duas razões  
  • Os poemas da minha vida  
  • O espelho imaginário : pintura, anti-pintura, não-pintura
  • Correspondência 
  • Portugal como destino : mitologia da saudade[Braille]
  • Heterodoxia I e II







































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