segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As casas-museu de escritores

"Os escritores são os melhores guias das nossas regiões"


Sala onde escrevia Aquilino Ribeiro. A sua Fundação pertencerá a partir de Setembro à Associação de Fundações de Escritores de Espanha

Partilhar projectos na área da literatura, património e turismo é o objectivo da Direcção Regional de Cultura, que está a organizar uma rede regional de casas-museu. Uma rede ibérica também já arrancou

As casas-museu de escritores exercem sobre os seus visitantes um fascínio talvez estimulado pela procura de um espaço de inspiração, de trabalho, de alguma solidão no momento criador de uma obra ou de como esse espaço se relaciona intimamente com o autor.

A filha de Miguel Torga, Clara Crabbé Rocha, explicou quando legou à Câmara de Coimbra os objectos pessoais do escritor transmontano, para a constituição da casa-museu, que "como professora de Literatura, sei bem que a força do fascínio exercido pelas casas natais ou de residência dos escritores provém de um conjunto de razões entre as quais pesa a ideia dum "espírito do lugar", com tudo o que ela implica de voyeurismo, de aprendizagem, de celebração ou de homenagem."

Em Portugal há mais de 20 casas-museu de escritores. Curiosamente: nenhuma de uma mulher. A maior parte está no Norte. Por isso a Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) está a organizar uma rede regional de casas-museu. A rede Escritores a Norte pretende "unir esforços entre as várias instituições, servindo a DRCN como entidade agregadora entre os agentes culturais, de forma a que eles consigam ganhar algum músculo para realizarem actividades comuns", explicou ao PÚBLICO, João Sequeira, chefe de divisão da promoção e dinamização cultural da DRCN.

Coincidiu com a série Especial Verão do PÚBLICO sobre casas-museu de escritores um conjunto de reuniões para a criação desta rede entre várias casas, a saber: de Ferreira de Castro em Ossela; Fundação Eça de Queirós em Tormes; Fundação Aquilino Ribeiro em Soutosa; Casa de Camilo em Famalicão; as duas casas de Guerra Junqueiro (pai e filha) no Porto; de José Régio em Vila do Conde, e ainda o Centro de Estudos do Surrealismo em Famalicão; a Casa Aires Torres em Parada de Pinhão (poeta nascido em 1893; a casa foi inaugurada em 2009), a Casa das Quintãs em Mesão Frio (dos três escritores Pina de Morais, Domingos Monteiro e Graça Pina de Morais) e o Espaço Miguel Torga em São Martinho de Anta (infra-estrutura cultural da câmara de Sabrosa, inaugurada em 2009 com projecto arquitectónico de Eduardo Souto Moura).

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