sexta-feira, 28 de abril de 2017

CLUBE DE LEITURA - ABRIL

Ontem, pelas 21h00, na Biblioteca decorreu mais uma animada sessão do Clube de Leitura para a abordagem da obra "O retorno" de Dulce Maria Cardoso.

Por coincidência, neste Abril voltamos ao 25 de Abril de 1975, à consequente descolonização e à debandada dos colonos para a Metrópole e várias partes do mundo.

Foi de forma entusiasmada que todas leram esta agradável e interessante obra, com uma técnica narrativa indirecto livre, em que a escritora, utilizando um narrador, nos fala desses tempos "conturbados",  da saga dos retornados de regresso a Portugal, das situações de conflito e dos muitos constrangimentos que tudo isso gerou na sociedade.

Fugindo de uma guerra civil iminente, chegam desesperados a Portugal e são acolhidos pelas famílias ou recebidos em hotéis de 5 estrelas até refazerem as suas vidas com a ajuda do Instituto de Apoio aos Regresso dos Nacionais.

Eram "Retornados de todos os cantos do império, um império estava ali, naquela sala, um império cansado, a precisar de casa e de comida, um império derrotado e humilhado, um império de que ninguém queria saber".

Observemos alguns pormenores:



A propósito do carro da TIFA, que é referido logo na página 10 (edição de bolso)

Em Angola, depois das chuvas, os mosquitos apareciam em grande quantidade. Então, para proteger a população do paludismo, o carro da TIFA percorria lentamente as ruas das cidades, borrifando um desinfetante chamado DDT e deixando atrás de si uma nuvem de fumo esbranquiçado. Havia sempre muitos miúdos a correr atrás do carro, era uma festa. E as donas de casa abriam portas e janelas.   

página 20, o Rui diz:


"...mas levo o poster da Brigitte Bardot e o da Riquita com o autógrafo. (...) O Gegé disse que na Metrópole todas as raparigas usam calções e botas até ao joelho como a Riquita (...). Pedi o autógrafo à Riquita depois do desfile da Marginal, foi difícil, estava tanta gente que quase não conseguia chegar ao pé dela."


A Riquita era uma jovem estudante de Moçâmedes que em 1971, com 18 anos, concorreu e ganhou o concurso de Miss Moçâmedes, depois o título de Miss Angola e por fim o de Miss Portugal, no Casino Estoril. Esta vitória tornou-a numa verdadeira celebridade em Angola. De tal maneira que quando regressou de Portugal foi recebida em apoteose em Luanda, onde desfilou na Marginal (desfile a que o Rui faz alusão e onde lhe pediu o dito autógrafo) e depois na sua cidade natal, em Moçâmedes.


Quando desfilou no Casino Estoril deu nas vistas por ter aparecido vestida com um traje de Mucubal, uma tribo nómada do deserto do Namibe, a sul de Moçâmedes. Por ter um ar exótico, chamavam-lhe Riquita Mirabilis, em alusão à famosa planta do deserto do Namibe, Welwitchia Mirabilis.


Em anexo algumas fotos da coroação em Moçâmedes e depois no casino Estoril. No Estoril, quem lhe coloca a coroa é outra Miss Portugal famosa, Ana Maria Lucas (ex-mulher do cantor Carlos Mendes), que ganhou o título no ano anterior, em 1970. Noutra foto, Riquita com hot-pants e  botas até o joelho, as "botas à Riquita", como ficaram conhecidas em Angola. Na foto final a famosa welwitchia.


Foi sem dúvida um caso de grande popularidade.


Não sei se todos se lembram do que se passou em 1961, alguns (algumas) serão demasiado jovens para se lembrar. Vem isto a propósito de algumas passagens do livro em que se fala de 1961 ou simplesmente 61. Passo a citar:


pág. 29: (Pela boca do Sr. Manuel, vizinho de Rui em Luanda): "...lembrem-se do que hoje vos digo, vai haver aqui um mar de sangue, 61 não foi nada com o que aqui se vai dar, vai ser um salve-se quem puder".


pág. 32: "Durante as primeiras horas de 1975, todos tinham de concordar que o Sr. Manuel tinha sido um profeta agoirento, não ia haver um mar de sangue, 61 estava enterrado como os mortos que tinha feito".


pág. 33: "As palavras do Sr. Manuel nunca mais foram repetidas, não valia a pena, 1961 tinha sido uma brincadeira de crianças, o pai calado..."


pág. 53: Angola já não é nossa, "foi na manhã de 4 de fevereiro que os heróis cortaram as algemas para vencer o colonialismo e criar uma Angola renovada".


O ano de 1961 marcou o início da Guerra Colonial ou Guerra da Independência de Angola. Várias datas ficaram assinaladas na História de Angola e correspondem até a feriados nacionais.


Em 4 de janeiro de 1961 deu-se uma revolta dos trabalhadores dos campos de algodão na baixa do Cassange (Malange). Os revoltosos destruíram plantações, pontes e casas. Foi uma revolta laboral e não política, prontamente dominada.


Em 4 de fevereiro de 1961, cerca de 200 angolanos ligados ao MPLA, atacaram vários organismos em Luanda, entre os quais algumas prisões, com o intuito de libertar presos políticos, mas o ataque foi um fracasso e a repressão imediata.  


Em 15 de março de 1961 iniciaram-se os ataques da UPA no norte de Angola. As forças da UPA invadiram postos administrativos e fazendas, armadas de catanas e canhangulos e aos gritos de "Mata, Mata, UPA, UPA", matando todas as pessoas que encontravam, brancos ou negros, homens , mulheres ou crianças, de forma violenta. Os massacres prolongaram-se por 3 dias e estenderam-se para sul até Nambuangongo (a 200 km de Luanda). A população branca organizou-se e a resposta foi igualmente violenta, sendo o alvo a população negra que ficou nas aldeias. Milhares de refugiados começaram a chegar a Luanda e muitos abandonaram Angola nessa altura.


Em 13 de abril de 1961 Salazar emitiu um comunicado via rádio e televisão com a célebre frase "Para Angola, rapidamente e em força".


Em 1 de maio de 1961 chegou a Luanda o 1º contingente.


Em outubro de 1961 Portugal retomou oficialmente o controlo da situação. Mas a guerra só terminará após o 25 de abril de 1974. 


A independência foi estabelecida em 15 de janeiro de 1975, no Acordo de Alvor, no Algarve.


A independência efetuou-se em 11 de novembro de 1975.   


Quando o Sr. Manuel dizia "Vai haver aqui um mar de sangue, 61 não foi nada comparado com o que aqui se vai dar", referia-se aos massacres da UPA, de que há muitos testemunhos e imagens (na net há muitas imagens). Estas mostram bem a crueldade e selvajaria dos ataques, reconhecida mais tarde pelo próprio Holden Roberto, líder da UPA (mais tarde FNLA). Junto em anexo uma imagem que mostra alguns atacantes armados de catanas. Dizem que eram recrutados em grande parte nos "bas-fonds" de Kinshasa (sede da UPA) e drogados para não temerem as balas dos europeus. 

  
Havia em Angola 3 movimentos de libertação.


1. MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) - liderado por Agostinho Neto e apoiado pela União Soviética e Cuba.


2. UPA/FNLA (União dos Povos de Angola, a partir de 1962 passou a chamar-se FNLA, Frente Nacional de Libertação de Angola) - liderada por Holden Roberto, apoiada pelos EUA.


3. UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) - liderada por Jonas Savimbi. Em 1966, Jonas Savimbi, que era do FNLA, entrou em colisão com Holden Roberto e criou a UNITA. Esta era  apoiada pela África do Sul e pela Zâmbia. Atuava sobretudo no leste de Angola.


Em 15 de janeiro de 1975 realizou-se o "Acordo de Alvor", em Alvor, no Algarve, onde estiveram presentes os 3 líderes. Este acordo estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder entre os três movimentos após a independência de Angola, marcada para 11 de novembro de 1975.


Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos, que a 15 de Janeiro de 1975 era ministro da Coordenação Interterritorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o acordo, referiu que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".


De facto, pouco tempo depois de o acordo ter sido assinado, os três movimentos envolveram-se em uma luta armada pelo controlo do país e, em especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.


Em anexo uma foto do Acordo de Alvor (com os nomes dos intervenientes), em janeiro de 1975 e fotos dos 3 líderes em outros momentos.   


página 46:

" O professor de português era novo, usava o cabelo comprido e cheirava a liamba, levava a viola para as aulas e punha-se a cantar o Monangambé  de forma tão sentida como se fosse um preto".

Monangambé era o nome dado aos contratados negros para trabalhar nas roças dos brancos na era colonial, por vezes em locais muito distantes daqueles em que viviam.

É também o nome de um famoso poema do poeta angolano (branco) António Jacinto, escrito em 1961 e musicado pelo músico e cantor Rui Mingas, que o cantou e popularizou. (Fuba podre, peixe podre, pano ruim, 50 angolares, porrada se refilares), alguns devem lembrar-se. Faz parte das canções de guerra de Angola, é incontornável.

António Jacinto (1924-1991) esteve preso no Tarrafal entre 1962 e 1972. Foi membro do MPLA e ministro da Cultura entre 1975 e 1978. (foto em anexo)

Rui Mingas (1939) é músico e cantor. Foi embaixador de Angola em Lisboa e ministro da Educação após a independência. Também foi ele que musicou o conhecido "Meninos do Huambo", dado a conhecer em Portugal por Paulo de Carvalho. (foto em anexo) 

Aqui está o link para a música





páginas 59, 60 e 61:

Rui: "O aeroporto tão diferente do aeroporto das tardes de domingo em que o pai nos trazia para vermos os aviões, há centenas de pessoas à nossa volta, nunca vi tanta gente junta, nunca vi uma confusão tão grande, tantas malas e tantos caixotes, tanto lixo (...)não há mais nada a fazer senão esperar a nossa vez no avião para a metrópole (...) tantas pessoas sentadas no chão à nossa volta (...) estamos aqui há quase um dia (...) só se pode levar uma mala por pessoa, quem trouxe bagagem a mais tem de a deixar aqui, as coisas ficam espalhadas pelo aeroporto (...)

O Rui, a mãe e a irmã embarcam num dos aviões da "Ponte Aérea de 1975", que começou a 17 de julho e terminou a 3 de novembro (antes da independência, em 11 de novembro de 1975).

O mentor da Ponte Aérea foi o então tenente-coronel (mais tarde general) António Gonçalves Ribeiro, que foi falar com Costa Gomes, Presidente da República na altura. O Governo era chefiado por Pinheiro de Azevedo, o "Almirante sem medo", que lhe respondeu com esta frase horrível: " Ó Senhor Tenente-Coronel, não sei porque está tão preocupado. Se eles comeram a carne, agora que roam os ossos". Gonçalves Ribeiro disse-lhe para ir ele dizer isso às pessoas. Embora a muito custo, conseguiu convencer Costa Gomes a pedir ajuda diplomática aos Estados Unidos. Além do apoio norte-americano conseguiu ainda o de outros países como Inglaterra, França, as duas Alemanhas e a União Soviética.  Durante 4 meses, entre julho e novembro, mais de 900 voos trouxeram cerca de 200 mil pessoas de Angola para Portugal.   

Através deste link podemos ouvir um curto testemunho do general Gonçalves Ribeiro e de alguns participantes desta Ponte Aérea. 



páginas 59, 60 e 61:

Rui: "O aeroporto tão diferente do aeroporto das tardes de domingo em que o pai nos trazia para vermos os aviões, há centenas de pessoas à nossa volta, nunca vi tanta gente junta, nunca vi uma confusão tão grande, tantas malas e tantos caixotes, tanto lixo (...)não há mais nada a fazer senão esperar a nossa vez no avião para a metrópole (...) tantas pessoas sentadas no chão à nossa volta (...) estamos aqui há quase um dia (...) só se pode levar uma mala por pessoa, quem trouxe bagagem a mais tem de a deixar aqui, as coisas ficam espalhadas pelo aeroporto (...)

O Rui, a mãe e a irmã embarcam num dos aviões da "Ponte Aérea de 1975", que começou a 17 de julho e terminou a 3 de novembro (antes da independência, em 11 de novembro de 1975).

O mentor da Ponte Aérea foi o então tenente-coronel (mais tarde general) António Gonçalves Ribeiro, que foi falar com Costa Gomes, Presidente da República na altura. O Governo era chefiado por Pinheiro de Azevedo, o "Almirante sem medo", que lhe respondeu com esta frase horrível: " Ó Senhor Tenente-Coronel, não sei porque está tão preocupado. Se eles comeram a carne, agora que roam os ossos". Gonçalves Ribeiro disse-lhe para ir ele dizer isso às pessoas. Embora a muito custo, conseguiu convencer Costa Gomes a pedir ajuda diplomática aos Estados Unidos. Além do apoio norte-americano conseguiu ainda o de outros países como Inglaterra, França, as duas Alemanhas e a União Soviética.  Durante 4 meses, entre julho e novembro, mais de 900 voos trouxeram cerca de 200 mil pessoas de Angola para Portugal.   

Através deste link podemos ouvir um curto testemunho do general Gonçalves Ribeiro e de alguns participantes desta Ponte Aérea. 


Página 67:

A diretora do Hotel:

"Sejam muito bem-vindos a este hotel (...) terão reparado que é um hotel de 5 estrelas (...) não sei se já tinham vindo ao Estoril (...) "

O hotel onde Rui, a mãe e a irmã ficam alojados já não existe, foi demolido em 2007 e substituído por um complexo habitacional com cerca de uma centena de apartamentos de luxo.

O dito hotel chamava-se "Estoril Sol" e ficava situado no Estoril junto à estrada Marginal. Foi inaugurado em 15 de janeiro de 1965 e encerrou em abril de 2003 (38 anos de existência). Como a diretora dizia, era um hotel de 5 estrelas, que marcou a imagem turística da "Linha de Cascais" e por lá passaram personalidades famosas. Tinha 20 andares, uma piscina olímpica, 350 quartos e capacidade para 800 camas. No pós-25 de abril foram lá alojados muitos "retornados", a uma média de 4 por quarto.

Envio link de um blog onde podem ver imagens de como era o hotel, assim poderão imaginar melhor os passos de Rui, da família e dos amigos.



página 91:

"Mas o mais bonito do restaurante é a tapeçaria que está na parede do fundo, uma tapeçaria com índios e marinheiros a assistirem à primeira missa do Brasil, é o que está escrito na parte de baixo com letra do tempo dos reis..."

Se clicarem em cima das 3 fotos que mostram o restaurante no link do hotel, conseguem ver em pormenor as personagens, os índios estão à esquerda. Falo nisto porque lá mais para a frente esta tapeçaria volta a ser referida, embora por motivos menos bons.  Mando as 3 fotos em anexo, mas se clicarem no próprio link vê-se com mais pormenor.    



Em 1975, o conhecido fotojornalista Alfredo Cunha  (em anexo) tirou uma foto dos contentores dos retornados junto ao Padrão dos Descobrimentos que viria a tornar-se icónica (em anexo).

Alfredo Cunha tem neste momento 500 fotos suas expostas na Cordoaria Nacional, até 25 de abril próximo. Desta exposição também faz parte a famosa foto dos contentores (link em baixo).



página 178:

"...aqueles maples da sala de convívio todos queimados com as pontas dos cigarros, maples tão caros, até faz doer o coração, as alcatifas cheias de chuingas, aquilo nunca mais sai, imagino o que vai para os quartos..."


Chuinga: palavra usada em Angola para designar pastilha elástica. É uma corruptela da palavra inglesa "chewing gum". 
"Estavam lá retornados de todos os cantos do império, o império estava ali, naquela sala,  um império cansado, a precisar de casa e de comida, um império derrotado e humilhado, um império que ninguém queria saber"

página 264:

"Já não me lembro bem do último dia em que fui ter com a Silvana. Sei que a Silvana tinha deixado há algum tempo de querer andar sentada no guiador como a Etta, a namorada do Sundance Kid, na bicicleta do futuro do Butch Cassidy".


Referência ao filme "Butch Cassidy and the Sundance Kid" (em Portugal "Dois homens e um destino"), de 1969, do realizador George Roy Hill. Paul Newman é Butch Cassidy, Robert Redford é Sundance Kid e Katharine Ross é Etta, a namorada deste último. Nomeado para 7 óscares, ganhou 4, em 1970. É considerado "um clássico" do cinema.



A cena que ficou conhecida como "a cena da bicicleta" em que Butch (P. Newman) convida Etta para um passeio de bicicleta no campo, ao som da canção "Raindrops keep fallin'on my head" (que ganhou o Óscar de melhor canção original) acabou por se tornar uma das mais famosas do cinema. Mesmo para quem não é apreciador de cinema, vale a pena espreitar. E imaginar o Rui com a Silvana...   



página 170:

"A Silvana acabou de passar os pratos por água, sabes porque é que toda a gente lhe chama Queine, perguntou-me, fazendo uns gestos engraçados como se estivesse a lutar, chamam-lhe Queine por causa da série da televisão, lembras-te. Não me podia lembrar porque lá não havia televisão e aqui quase não vejo. O Artur meteu na cabeça que podia aprender a lutar só por ver o tal Queine na televisão..."



A série chamava-se "Kung Fu", passou na televisão portuguesa entre 1972 e 1975 e na verdade o nome do personagem principal era Caine (embora soasse Queine).


Pág. 44: "...se calhar só nos voltamos a encontrar na Sears Tower. Foi o Lee que sugeriu a Sears Tower, o Lee sabia sempre os recordes todos, o prédio mais alto do mundo, o carro mais veloz..."

Pág. 235-236: "Os três finalmente no cimo da Sears Tower, a repetir, há quanto tempo, o tempo que esperámos para estarmos todos aqui (...). Mas ainda faltam 784 dias. Daqui a 784 dias estamos os três no cimo da Sears Tower (...) orgulhosos de termos cumprido a jura, os três na América no último dia de 1978".


A Sears Tower, agora Willis Tower, é um arranha-céus localizado em Chicago, sendo o mais alto edifício da América do Norte de 1974, quando foi inaugurado, até 2014, quando o One World Trade Center, em Nova Iorque, foi inaugurado. Tem 108 andares e mede 442m. O nome foi alterado no dia 16 de julho de 2009. Willis é o nome de uma corretora de seguros que aí instalou 5 escritórios.   


página 78:

"...o pai tinha 7 anos quando começou a ajudar nas estradas e nunca mais parou, estradas que ligavam os montes no norte da metrópole, estradas mais difíceis de fazer do que a estrada da serra da Leba".



Estrada começada a construir nos finais da década de 60, só ficou concluída em 1974, às vésperas da independência. 


A obra, adjudicada à firma portuguesa Lourenços Lda, e dirigida pelos engenheiros da Junta Autónoma de Estradas, viria a ser uma das realizações mais emblemáticas de Angola. Incluindo seis lacetes construídos dentro das normas usadas nos Alpes suíços, o lanço apresenta 20 Km serpenteados, a cobrir uma extensão que em linha reta é inferior a 7 Km. O desnível entre esses dois pontos é de 1000 metros. Nunca até aí fora construído um troço de estrada tão caro: mais de 3 mil contos por quilómetro!  

página 256:

"Nem todos os dias no hotel foram maus, também aconteceram coisas boas  como esse serão no bar. Depois de ter bebido uns whiskies o pai cantou para a mãe, você bem sabe que eu não lhe prometi um mar de rosas, nem sempre o sol brilha, também há dias em que a chuva cai..."


Os membros mais velhos devem lembrar-se desta canção de 1971, que se ouvia muito na rádio na altura e que se chama "Mar de Rosas". É de uma banda brasileira chamada  "The Fevers".





página 20:


"Eu devia levar o La décadanse, não há melhor música para dançar do que o La décadanse, é como se fosse um feitiço, quando o La décadanse toca podemos apertar as raparigas e mexer-lhes no fecho do sutiã."


La Décadanse é uma canção escrita e composta pelo músico e cantor francês Serge Gainsbourg em 1971 . Foi interpretada por Serge Gainsbourg e Jane Birkin (de origem inglesa) no mesmo ano.

Os dois conheceram-se em 1968, quando Jane tinha 23 anos e Serge 41 (ela nasceu em 1946, ele em 1928) e formaram "o casal de quem se fala" no fim dos anos 60 e princípio dos anos 70, devido em grande parte ao sucesso da canção "Je t'aime, moi non plus" (cantada pelos dois em 1969) e ao escândalo que provocou. Chegou a estar proibida em alguns países e foi condenada pelo Vaticano. "La Décadanse" também provocou um grande escândalo mas não teve o mesmo sucesso de "Je t'aime". O título da canção é um trocadilho à volta da palavra "décadence", que se pronuncia da mesma maneira e que significa "decadência".  

Jane e Serge tiveram uma filha em 1971 (Charlotte Gainsbourg, atriz) e separaram-se em 1980.

Serge faleceu em 1991, com 62 anos. Jane continua a viver em Paris até hoje.   

Para ouvirem a canção (com a letra), cliquem em baixo.




página 20:


"Eu devia levar o La décadanse, não há melhor música para dançar do que o La décadanse, é como se fosse um feitiço, quando o La décadanse toca podemos apertar as raparigas e mexer-lhes no fecho do sutiã."


La Décadanse é uma canção escrita e composta pelo músico e cantor francês Serge Gainsbourg em 1971 . Foi interpretada por Serge Gainsbourg e Jane Birkin (de origem inglesa) no mesmo ano.

Os dois conheceram-se em 1968, quando Jane tinha 23 anos e Serge 41 (ela nasceu em 1946, ele em 1928) e formaram "o casal de quem se fala" no fim dos anos 60 e princípio dos anos 70, devido em grande parte ao sucesso da canção "Je t'aime, moi non plus" (cantada pelos dois em 1969) e ao escândalo que provocou. Chegou a estar proibida em alguns países e foi condenada pelo Vaticano. "La Décadanse" também provocou um grande escândalo mas não teve o mesmo sucesso de "Je t'aime". O título da canção é um trocadilho à volta da palavra "décadence", que se pronuncia da mesma maneira e que significa "decadência". 

página 44:

"A última vez que estivemos os três juntos foi foi na casa do Ganas, fomos ver pela vigésima vez o filme Emmanuelle que passava no Miramar, o melhor filme que alguma vez vimos. Da varanda do ganas, cada um com os seus binóculos, víamos o filme quase tão bem como se estivéssemos no cinema..."

página 105:

"O Mourita e o Paulo também viram a Emmanuelle com binóculos de casa de um amigo, a Emmenuelle e outros filmes que eram proibidos a menores, até viram aquele filme Helga qualquer coisa, eu e o Gegé não conseguimos ver esse, mas o Lee viu e disse que era uma gaja a ter um filho, nada de especial".


"Helga - o segredo da maternidade" é um filme alemão de 1967 e apareceu em Portugal no verão de 1969.

"Emmanuelle", filme erótico francês de 1974, estreou em Portugal em 1975. Teve um enorme sucesso no mundo inteiro, tendo sido visto por cerca de 50 milhões de pessoas. 





Jane e Serge tiveram uma filha em 1971 (Charlotte Gainsbourg, atriz) e separaram-se em 1980.

Serge faleceu em 1991, com 62 anos. Jane continua a viver em Paris até hoje.   

Para ouvirem a canção (com a letra), cliquem em baixo.





 


 







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