A noite mais aguardada da Poesia à
Mesa, o Serão Poético, reúne este ano dois nomes maiores da música portuguesa,
António Manuel Ribeiro (UHF) e Sérgio Castro (Trabalhadores do Comércio). Num serão informal,
conduzido pelo poeta José Fanha e pelo performer Paulo Condessa, a música e a
poesia ganham forma e é com emoção que estas grandes figuras do panorama
cultural partilham com o público os seus dotes musicais e de declamação
SOBRE ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO | António Manuel Ribeiro nasceu em Almada, em 1954. Apesar de
uma breve incursão no curso de Arquitetura, a poesia, a literatura e os
originais que ia escrevendo, falaram mais alto. Em 1978, nascem os UHF, iniciando-se
aqui uma corrida pela música rock que não irá mais parar: prata, ouro e platina
como um tesouro que as espiras trouxeram e os concertos acrescentam. É por esta
altura que decide rasgar os primeiros dois romances que escrevera no calor da
adolescência – “por serem demasiado premonitórios”, dirá. Ao longo dos anos, a
escrita será uma presença assídua na sua vida, escrevendo crónicas para jornais
e rádios. Ajudou a fundar duas rádios piratas (Almada e Costa de Caparica) onde
assumiu programas de autor – a rádio é e será uma paixão.
Autor inscrito na Sociedade
Portuguesa de Autores, desde 1979, integrou entre 1994 e 2000, a direção da
cooperativa enquanto diretor para a Música Ligeira. Por convite de José Jorge
Letria, Presidente da SPA, foi nomeado Embaixador do Direito de Autor no final
de 2012.
Publicará vários livros a partir de
2002: “Todas As Faces de Um Rosto”,
Garrido Editores (2002) – inéditos de poesia, notas de viagem e letras de
canções escolhidas; 2.ª edição; “Se o Amor Fosse Azul Que Faríamos Nós da
Noite”, Garrido Editores (2003) – poesia inédita; “Cavalos de Corrida – A
Poética dos UHF”, Sete Caminhos (2005) – toda a lírica dos UHF em ordem
cronológica, anotada pelo autor; “O Momento a Seguir”, Sete Caminhos (2006) –
poesia inédita; “Por Detrás Do Pano”, Chiado Editora (2015) – crónicas. “És
Meu, Disse Ela”, Guerra & Paz (2018) – testemunho biográfico.
Para além dos livros, a atividade
literária estende-se ainda por inúmeros textos publicados em livros coletivos,
prefácios, jornais e desenhos. Entre 2002 e 2015 assinou mensalmente (nem
sempre) uma coluna de opinião e cidadania no semanário digital Setubalnarede,
onde se divertiu democraticamente. Tem artigos espalhados por outros jornais
(Blitz, Público). As revistas Algarve Informativo (semanal) e Lusitano de
Zurique (mensal) replicam textos de opinião originalmente publicados no seu
Facebook.
Musicalmente, com os UHF, fez 23
Álbuns, de onde 5 ao vivo; 26 Colectâneas UHF; 23 EPs, singles e Maxis; 97
Compilações com outros artistas. Em nome próprio, assinou “É Hoje / Agora”,
single (1987); “Pálidos Olhos Azuis”, CD (1992); “Sierra Maestra”, CD (2000);
“Somos Nós Quem Vai Ganhar”, CD-S (2003)
SOBRE SÉRGIO CASTRO | Nascido em 1955, no Porto, Sérgio Castro ficou tão fascinado
com o "Please Please Me" dos Beatles que decidiu imediatamente (aos 8
anos) o que queria ser quando fosse grande: um "Bitle". Grande foi
sempre e aos 13 anos já era um dos "maiores" bateristas portugueses,
com o seu Metro e Oitenta. "Bitle" nunca conseguiu ser. De qualquer
forma, a coisa não foi mal de todo e ao longo de umas quantas décadas fez o que
queria fazer: tocar ao vivo, compor, gravar e produzir discos e passear pelo
planeta.
Sergio Castro, músico, compositor,
produtor discográfico e engenheiro de som durante mais de 30 anos, estudou
engenharia mecânica na Universidade do Porto, durante os anos 1972 a 1975.
Estudou flauta no Conservatório do Porto e frequentou até ao terceiro grau de
Pedagogia Musical com Yos Wytak, discípulo de Carl Orff. Entre os anos 1973 e
1985 foi membro fundador ou integrou grupos musicais como Rocka, Psico, Arte
& Oficio, Trabalhadores do Comercio y Stick, com os quais gravou e/ou
produziu mais de 30 discos de originais. Em 1979 funda a empresa de sonorização
MUSO, a primeira companhia de PA verdadeiramente profissional em Portugal com
serviços prestados à RTP, ao FITEI e outras organizações ou músicos
internacionais como Serrat, Alvin Lee, Tom Robinson, Jose Afonso, Sergio
Godinho ou Gary Burton. Em 1983, funda o primeiro estúdio de multipista da
cidade do Porto e do seu reencontro com António Garcez, nascem os Stick. A
partir de 1984, começou a trabalhar em Espanha, produzindo vários grupos como
Semen Up, Desertores, Aerolineas Federales, Fuera de Serie, Vida Bebida, Dr.
Hello, Tres o Bromea o Que. Foi membro da formação mais emblemática dos Semen
Up, entre 1984 e 1986, e dos Bombeiros Voluntários de 1989 até 1992 (ex-banda
de apoio de "Os Resentidos").
Atualmente, Sérgio Castro, para além
de manter vivo o projeto Trabalhadores do Comércio, canta e toca guitarra
esporadicamente com grupos espanhóis de Rhythm & Blues. O seu 'hobby'
principal é codirigir as empresas espanholas Reflexion Arts, Funky Junk Spain e
os estúdios Planta Sónica, que reabriram nesta nova reencarnação em Novembro de
2010.
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