Bob Dylan foi distinguido com o galardão por “ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição americana da canção”
Bob
 Dylan é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2016, anunciou esta
 quinta-feira a Real Academia Sueca das Ciências, que distinguiu o 
cantor e compositor norte-americano por ele “ter criado uma nova 
expressão poética dentro da grande tradição americana da canção”.
 
Nascido
 em Duluth, no Minnesota, em 1941, no seio de uma família de 
proveniência russa e judaica, Bob Dylan, pseudónimo de Robert Allen 
Zimmerman, começou a escrever poemas com dez anos de idade. Aprendeu a 
tocar piano e guitarra sozinho. Em 1959, foi estudar para a Univerdade 
do Minnesota (EUA). No ano seguinte, decidiu deixar a faculdade e partir
 para Nova Iorque, cada vez mais interessado nas origens do rock and 
roll e em intérpretes e criadores como Woody Guthrie, sua grande 
referência musical. “Já tinha passado por muitas coisas e visto muitas 
outras. Mas agora o destino ia revelar-se. Senti que estava a olhar 
diretamente para mim e para mais ninguém”, escreve Dylan no 1.º volume 
das suas Crónicas, editado em Portugal pela Ulisseia.
 
Ainda sobre Woody Guthrie e a sua profunda admiração pelo folk singer,
 refira-se que em março deste ano Bob Dylan anunciou a venda dos seus 
arquivos pessoais - cerca de seis mil itens relacionados com os seus 60 
anos de carreira - à Biblioteca de Tulsa, no Oklahoma, cidade onde 
também se encontra o Museu de Woody Guthrie.
 
Este ano, Dylan 
lançou “Fallen Angels”, o seu 37.º álbum gravado em estúdio. Esteve em 
Tóquio, em tournée, a apresentar o disco, seguindo-se outros sete 
concertos no Japão e uma digressão pelos Estados Unidos, que representou
 mais uma etapa da sua “Never Ending Tour”, que o tem levado a percorrer
 o mundo interior. No ano passado, o cantor e compositor lançou “Shadows
 in the Night” e, em 2012, “Tempest”, disco que levou alguns fãs a 
acreditar que seria o seu último trabalho, uma vez que tem o título da 
última peça de Shakespeare.
 
Em março deste ano, Bob Dylan 
anunciou a venda dos seus arquivos pessoais - cerca de seis mil itens 
relacionados com os seus 60 anos de carreira - à Biblioteca de Tulsa, no
 Oklahoma, cidade onde também se encontra o Museu de Woody Guthrie, o folk singer que tanto admirava.
 A Academia Sueca volta a surpreender
Entre
 os favoritos à atribuição do galardão estavam o queniano Ngugi Wai 
Thiong'o, Haruki Murakami, Philip Roth, o poeta sírio Ali Ahmad Said 
Esber (conhecido por Adónis), e até nomes menos óbvios como Don DeLillo,
 que acaba de ver publicada em Portugal a sua obra mais recente (“Zero 
K”, edição da Sextante) e o escritor espanhol Javier Marías. A escolha 
de Dylan acaba por ser supreendente.
 
O atraso no anúncio do 
vencedor do prémio - que costuma ser anunciado na primeira quinta-feira 
de outubro - gerou muita polémica ao longo das últimas semanas. Houve 
quem interpretassem este adiamento como sinal de que a escolha do 
vencedor estava a ser mais difícil este ano ou que não haveria consenso 
entre os académicos. Um representante da Academia Sueca veio, porém, 
desmentir estes rumores.
 
A bielorrusa Svetlana Alexievich, autora
 de obras como “O Fim do Homem Soviético” (Porto Editora), “Vozes de 
Chernobyl” (Elsinore) e “A Guerra não Tem Rosto de Mulher” (igualmente 
editado pela Elsinore), foi a vencedora do Prémio Nobel no ano passado. A
 Academia justificou a decisão “pela sua escrita polifónica, um 
monumento ao sofrimento e à coragem no nosso tempo“.
Fonte: 
 

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