O escritor viu distinguido com o Prémio Oceanos (no valor de 100 mil
euros) o seu romance de estreia, Torto Arado, extraordinário fresco
sobre a realidade rural brasileira e os laços de família. Anteriormente, já
tinha recebido o Prémio Leya e Jatubi.
A obra que foi lida e analisada no Clube de Leitura da Biblioteca Municipal, em Fevereiro do ano passado, retrata a quase escravatura vivida pelos trabalhadores negros das fazendas do sertão da Baía e a vida redentora das irmãs Bibiana e Belonísia, filhas do curandeiro Zeca Chapéu Grande.
Itamar sabe do que escreve, pois é geógrafo, doutorado em Estudos Étnicos e Africanos, especializado em comunidades quilombolas, no interior do paupérrimo Nordeste brasileiro.
Na sua mais recente entrevista, à revista Visão refere "Na adolescência, eu não tinha livros em casa, mas havia a Biblioteca Escolar, e eu tinha amigos que estudavam em escolas melhores e me emprestavam livros. E tinha a "carteirinha" para frequentar as bibliotecas públicas. Também houve a música: o meu pai e os meus avós paternos sempre apreciaram música e ensinaram-me a gostar dessa arte. Mas a literatura sobrepôs-se a tudo. Eu sentia-me em paz quando estava numa biblioteca, ou quando recebia livros de presente ou tinha coisas para ler. Sempre foi a minha vida. O confinamento em que estamos há muitos meses, por conta da pandemia, não me fez sofrer por estar em casa: estou em paz comigo, com tempo para ler e escrever..."
Conheça também AQUI o que foi dito sobre a obra no Clube de Leitura, em fevereiro de 2020.
A propósito deste tema, escute "Povo Guerreiro" de Crioulo, na qual podemos perceber o percurso dos escravos negros no Brasil até aos dias de hoje: https://youtu.be/595vpTlEGVk
Aconselhamos a leitura desta obra, que já está disponível para leitura na Biblioteca Municipal.
Boas leituras!
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