quarta-feira, 3 de março de 2010

A BIBLIOTECA VAI AO LAR

É um projecto de leitura para idosos que decorre nos centros de idosos da cidade. Uma vez por mês, uma técnica vai a um lar realizar uma sessão de leitura e conversar com os idosos.
A mais recente decorreu na Casa de Repouso, ontem, dia 2 de Março, pelas 16,30 horas, com a participação de 6 utentes. Entre as várias actividades desenvolvidas destacamos a leitura de duas cartas de amor pela Dª Dulce. Uma dessas cartas publicamos para assinalar as comemorações do Dia da Mulher, que será no próximo dia 8 de Março.

De seguida foram declamados poemas do grande poeta brasileiro, Carlos Drumond de Andrade, seguido do habitual "Trocadilho poético", que consiste na construção colectiva de um poema usando versos escolhidos de forma aleatória.

No final foi lido um poema marcante da autoria de um prisioneiro nazi.

Carta em homenagem à mulher

"Amor de todos os tempos"

Senhora: se ainda não lhe fizeram nenhuma proposição para a conjugação
permita-me que lance esta interjeição:
Oh! meu amor.
«Não posso deixar de manifestrar-lhe pelo meu verbo o desejo que o
meu pronome tem de ser um seu adjectivo, pois no positivo lhe
declaro que me considere como um comparativo ou superlativo que
concorda consigo em todos os tempos.
Espero que não me pense singular ao querer ter um plural
na minha família, porque não posso ficar neutro em presença
do feminino, que é o melhor substantivo do mundo.
Peço-lhe que não decline esta proposição e oxalá seja eu a
primeira pessoa que solicita o seu amor, assegurando-lhe sem
condicional nem subjuntivo que a amo no imperativo até
ao infinito.»

(Amanhã fico triste... amanhã!!
Hoje não... hoje fico alegre!!
E todos os dias por mais
amargos que sejam
Eu digo...
Amanhã fico triste...
Hoje não!!


(Poema encontrado na parede de um dormitório num campo de extremínio nazi)


Trocadilho Poético


E agora, José?

Os romeiros sobem a ladeira

No meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento.

Chegou a resposta no ar,

Mas eis que, ao responder, a tentativa

não serei o poeta de um mundo caduco.

Na paz conquistada, já não correm perigo

Em casinha à beira-marisso

mesmo afirmou-me com certeza,

tenho tanta palavra meiga.

Vai começar a discussão na batalha judicial.

Ficou ainda a seguinte adivinha no ar:

Sou um fruto do Outono.
Depois de amadurecer,
dou um trabalhão ao dono
que me quiser comer.
Quem sou?

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