sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
CLUBE DE LEITURA - JANEIRO
Ontem, pelas 21 horas, decorreu mais uma sessão do Clube de Leitura da Biblioteca, desta vez dedicada à obra "Que importa a fúria do mar" de Ana Margarida de Carvalho.
Trata-se de uma estreia da autora no romance que é garantidamente envolvente e magnífico, arquitetonicamente planeado, obedecendo aos cânones das mais recentes teorias literárias, assim como às regras utilizadas na escrita criativa, plástica e espartilhada.
A obra está plena de citações, de neologismos, na qual sobressai uma articulação entre várias áreas temáticas, desde o mundo escondido, quase microscópico, até à fauna humana e aos grandes acontecimentos mundiais que acabam também por condicionar um pequeno país.
Este romance leva-nos aos anos 30, em Portugal, ao corporativismo, às prisões políticas, às severas condições a que eram submetidos os presos políticos, ao Tarrafal, à cueldade física e psicológica, à ruralidade de um Portugal amordaçado e esmagado pela ditadura de Salazar e sobretudo à falta de liberdade.
Muito bom! Mergulhemos na sua leitura pois não importa a fúria do mar.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
João de Melo conquista Prémio Literário Vergílio Ferreira
O autor de Gente Feliz com Lágrimas recebeu o prémio pelo conjunto da sua obra.
O escritor açoriano João de Melo venceu esta quarta-feira o Prémio
Literário Vergílio Ferreira 2016, atribuído pela Universidade de Évora
(UÉ), revelou à agência Lusa fonte da academia alentejana.
O vencedor da 20.ª edição do galardão foi escolhido, ao final
da manhã, durante uma reunião do júri do prémio, presidido por António
Sáez Delgado e que, este ano, integra Elisa Esteves, Gustavo Rubim,
Carlos Reis e a escritora Lídia Jorge.
Instituído pela
Universidade de Évora em 1997, o Prémio Vergílio Ferreira destina-se a
galardoar, anualmente, o conjunto da obra literária de um autor de
língua portuguesa relevante no âmbito da narrativa e ou ensaio.
Fonte:
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terça-feira, 19 de janeiro de 2016
MICHEL TOURNIER (1924-2016): "Profession: conteur”, profissão: contador de histórias
O escritor Michel Tournier, um dos grandes autores franceses da segunda metade do século XX, Prémio Goncourt pelo romance O Rei dos Álamos, em 1970, morreu esta segunda-feira aos 91 anos, em sua casa, perto de Paris, disseram os seus familiares à AFP.
Considerava-se
um discípulo de Zola e de Flaubert. Gostava de dizer que escrevia para
os seus leitores e para ser lido e acreditava que “a função da
literatura é a de enriquecer o diálogo entre as pessoas”, disse-o numa
entrevista ao PÚBLICO, em 1991, na sua primeira visita a Portugal onde
esteve a fazer conferências, em Lisboa e no Porto, e a visitar escolas.
Michel
Tournier nasceu em Paris em 1924 e estudou filosofia na Sorbonne, onde
foi aluno de Gaston Bachelard. Mais tarde, apaixonou-se pela obra de
Claude Lévi-Straus, de quem foi também aluno no Musée de l’Homme. Vindo
de uma família de germanistas (os seus pais conheceram-se na Sorbonne
onde estudavam alemão) partiu para a Alemanha, para a Universidade de
Tubingen onde esteve entre 1946 e 1950. Mas não só na academia foi a
sua vida. Antes de se dedicar a tempo inteiro à escrita, foi produtor e
realizador na RTF (1949-1954), assessor de imprensa da Europe 1
(1955-1958), chefiou os serviços das edições Plon entre 1958 e 1968
(onde também foi tradutor) e foi produtor da televisão francesa.
Era
membro da Academia Goncourt desde 1972 e é autor de uma obra vasta, que
vai do conto ao romance, da crónica ao texto autobiográfico, do ensaio
aos livros para crianças e uma peça de teatro. Recebeu o grande prémio
da Academia Francesa pelo seu primeiro livro Sexta-feira ou os Limbos do Pacífico (Relógio d'Água), em 1967, que demorou dois anos a escrever. Seguiram-se o famoso O Rei dos Álamos (Dom Quixote), O Galo do Mato (Dom Quixote), Gaspard, Melchior e Balthazar (Dom Quixote), Giles & Jeanne (Dom quixote), Os Meteoros (Dom Quixote), A Gota de Ouro (Dom Quixote), Sexta-feira ou a Vida Selvagem (Ed. Presença).
As conferências que deu em Portugal, em 1991, tinham por título "Profession: conteur”,
profissão: contador de histórias. Na época, deu também uma entrevista
ao Expresso, onde explicava que fazia romances porque tinha falhado na
filosofia. E lembrava, com humor, que um crítico, uma vez tinha
questionado: “Por quanto tempo é que Tournier nos vai fazer pagar o seu
falhanço na filosofia?”
Sobre
a sua obra explicava na mesma entrevista : “Conto histórias que
parecem extremamente realistas, e que o são, mas que têm por detrás de
si, escondido, todo um arsenal filosófico. E têm de ser histórias muito
simples: quanto mais os meus livros podem ser lidos por um público
jovem, mais eu alcancei o meu objectivo.”
Com
o fotógrafo Lucien Clergue, e o historiador Jean-Maurice Rouquette, o
escritor Michel Tournier fundou os Rencontres Internationales de la
Photographie d'Arles, mais tarde baptizados apenas como Rencontres
d'Arles. Tem textos inspirados por imagens fotográficas (Des Clefs et des Serres, 1979, e Vues de dos, 1981).
Fonte:
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Pela obra “O Movimento Impróprio do Mundo” Prémio Literário João da Silva Correia distingue Sara F. Costa em 2015
Esta
distinção é atribuída pela Câmara Municipal de S. João da Madeira e
traduz-se num apoio monetário à publicação do título escolhido pelo
júri, até ao montante máximo de 2.000 euros.
Em “O Movimento Impróprio do Mundo”, segundo o
júri do concurso - constituído pela representante do Município de S.
João da Madeira, Suzana Menezes, pelo representante da Âncora Editora, António
Baptista Lopes, e pelo poeta José Fanha -, a
autora “apresenta uma escrita fluida e ampletiva, tonalizada com algum
humor, aparentemente simples, mas trabalhada e consistente".
Abordando
temáticas atuais e referências a símbolos identitários nacionais,
o livro premiado contém um conjunto de poemas que desenvolvem uma
reflexão poética intensa e envolvente em torno do quotidiano do próprio
poeta, transportando o leitor para universos marcadamente
pessoalizados”.
Esta
é a terceira vez que uma obra de Sara F. Costa,
escritora e poetisa, vence este concurso literário promovido pela
autarquia sanjoanense, depois de já ter sido distinguida por “Uma
Devastação Inteligente”, em 2007, e “O Sono Extenso”, em 2011.
O
avô materno de Sara F. Costa nasceu e cresceu em S. João da Madeira,
cidade onde a jovem autora – natural da vizinha freguesia de Cucujães,
no concelho de Oliveira de Azeméis – fez a sua formação até à conclusão
do ensino secundário, na Escola Dr. Serafim Leite.
A ligação ao município sanjoanense é uma das condições definidas no regulamento do Concurso João da Silva Correia, lançado em 2006 pela Câmara de S. João da Madeira, para “promover e consolidar hábitos de leitura e de escrita criativa”, estimulando um “envolvimento efetivo da população” e “incentivando o aparecimento de novos valores” na literatura.
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