terça-feira, 31 de outubro de 2017

FEIRA DO LIVRO USADO




No âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, decorreu entre 23 e 28 de outubro, na receção da Biblioteca  a habitual Feira do Livro Usado, uma parceria entre a Biblioteca Municipal e as Bibliotecas Escolares do concelho.

Esta atividade pretende criar hábitos de leitura junto da população e dar destaque ao papel das Bibliotecas na educação não formal.

Durante as visitas dos alunos das escolas, as professoras-bibliotecárias proporcionaram algumas sessões da hora do conto, com histórias que sensibilizaram para a importância da leitura e dos livros com "O urso e a casa dos livros",  "A menina dos livros", "Madeline Finn e o cão da Biblioteca", "Não abras este livro" ou temáticas de educação alimentar com "A cozinheira do rei". 

Sendo uma iniciativa que acontece com o contributo de alunos, pais, professores, bibliotecas escolares e a biblioteca municipal, um bem haja a todos.

 
 
 
 
 
 
 
 




sexta-feira, 27 de outubro de 2017

NOVIDADES BIBLIOGRÁFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA (REVISTAS)









NOVIDADES BIBLIOGRÁFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA





CLUBE DE LEITURA - OUTUBRO

Ontem, pelas 20 horas, na Biblioteca Municipal, decorreu a sessão do Clube de Leitura de Outubro, que neste mesmo mês, completa 5 anos de existência.

Em comemoração desta data festiva, houve um encontro, no qual não faltaram as especialidades gastronómicas dos membros do Clube, que estiveram particularmente animados.

A obra abordada este mês foi o "O luto de Elias Gro" de João Tordo.

O narrador transporta-nos para uma pequena e enigmática ilha perdida no Atlântico, que não é facilmente identificável, no entanto, "acessível por ferry" (pág. 16) e "a viagem de ferry até à península demora 30 minutos" (pág. 91).



O narrador diz que foi viver para uma ilha num "continente" que não era o seu (pág. 78)



É uma ilha onde se fala francês. "À porta da loja há um letreiro em francês: 'Épicerie Boulay' " (pág. 30). "Passou por uma taberna também com um letreiro francês, 'Le Calme avant la Tempête' " (pág. 31). Drosler escreve um livro em francês, "La haine et l'Ouest" (pág. 131).



Na ilha há "plantações de girassóis, um cemitério, uma igreja, 25 ou 30 casas..." (pág. 16)



"(Drosler)...um estrangeiro oriundo de um país (a Dinamarca) a milhares de km de distância, situado na outra margem de um oceano frio e revoltado... " (pág. 135).
O narrador refugia-se num velho farol abandonado, para se afundar na solidão e na tentativa de esquecimento dos seus próprios dramas, mas acaba por se cruzar com um conjunto de "criaturas singulares", alguns com destinos ainda mais trágicos, que o vão ajudar a encontrar uma saída para a profunda depressão em que se encontra.

Nesta travessia, ao longo do livro, o autor mergulha na alma humana, no que ela tem de mais obscuro e luminoso. Reflete sobre a fragilidade do ser humano, pois "por mais que as pessoas jurem que são feitas de outro material, acredite em mim quando lhe digo que são feitas de porcelana, da mais frágil e dispendiosa".

O personagem Elias Gro torna-se inspirador para o narrador levando-o a superar os desgostos através da fé, não a fé religiosa, mas a fé nas pessoas, baseada na confiança, que de forma progressiva o leva ao encontro da paz e a uma maior interação com o mundo que o rodeia.

"A vida não foi sempre assim. No princípio dos tempos, os homens procuravam-se. Onde é que tu estás, dizia um. Estou aqui, dizia o outro. Percorriam esse distância infinita que nos separa uns dos outros e encontravam-se algures no meio. Caçavam juntos, faziam as refeições juntos. Protegiam-se, se fosse o caso, se o Homem A construía um abrigo, o Homem B partilhava-o com o Homem A."

Em síntese, esta obra é, segundo Ana Ferreira, um dos membros do Clube "A perda. O luto e o renascimento. A sobre/vida e a sobrevivência. O seguir em frente e o não sair do mesmo lugar. O confinamento. A ilha geográfica e a ilha que cada indivíduo pode ser, mesmo não estando só".

Este livro é o primeiro de três romances que, apesar de constituírem uma trilogia, terem títulos semelhantes e nomes de personagens que transitam, contam histórias "independentes", sem uma cronologia a seguir, podendo ser lidos de forma independente ou sem qualquer ordem específica. 
O segundo é "O paraíso segundo Lars D" e o terceiro "O deslumbre de Cecília Fluss" que já estão disponíveis na Biblioteca Municipal.

Parabéns ao Clube de Leitura!

  
 
  
 
 
 
    



quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ANA CRISTINA SILVA VENCE PRÉMIO FERNANDO NAMORA

Noite Não É Eterna, de Ana Cristina Silva, publicado pela Oficina do Livro, foi a escolha unânime do júri do Prémio Literário Fernando Namora, presidido por Guilherme d'Oliveira Martins. 

Trata-se de "uma obra que se articula a partir da realidade social, política e humana das crianças romenas, e das suas famílias, no período da ditadura de Nicolae Ceausescu", esclarece a acta do júri, que inclui ainda José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril-Sol, instituição que atribui este prémio, no valor de 15 mil euros.

Realçando que o romance de Ana Cristina Silva é "uma belíssima composição narrativa com linguagem sóbria e cuidada, que valoriza em particular a narrativa de um drama pungente, num quadro político sufocante e obsessivo", o júri conclui: "É uma história construída sobre os labirintos da tirania". 

Guilherme d'Oliveira Martins e os seus pares assinalaram ainda a "vincada qualidade" do ano literário, adiantando que a lista de finalistas incluiu romances como O Homem que Escrevia Azulejos, de Álvaro Laborinho Lúcio, Karen, de Ana Teresa Pereira, Estoril – Um Romance de Guerra, de Dejan Tiago Stankovic, O Meças, de José Rentes de Carvalho, e Eu Sou a Árvore, de Possidónio Cachapa.  
Professora e psicóloga, Ana Cristina Silva é natural de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, onde reside, e especializou-se na área da aprendizagem da leitura e escrita, tendo desenvolvido investigação no domínio das aquisições precoces da linguagem escrita, ortografia e produção textual.
Como ficcionista, estreou-se em 2002 com Mariana, Todas as Cartas. Em 2011 foi finalista do Prémio Literário Fernando Namora com o romance Cartas Vermelhas, em 2013 venceu o Prémio Urbano Tavares Rodrigues com o romance Rei do Monte Brasil, e no mesmo ano regressou à short list do prémio da Estoril-Sol com A Segunda Morte de Anna Karénina

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