Trata-se de "uma obra que se articula a partir da realidade social,
política e humana das crianças romenas, e das suas famílias, no período
da ditadura de Nicolae Ceausescu", esclarece a acta do júri, que inclui
ainda José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores,
Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos
Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro,
Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a
título individual, e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela
Estoril-Sol, instituição que atribui este prémio, no valor de 15 mil
euros.
Realçando que o romance de Ana Cristina Silva é "uma belíssima
composição narrativa com linguagem sóbria e cuidada, que valoriza em
particular a narrativa de um drama pungente, num quadro político
sufocante e obsessivo", o júri conclui: "É uma história construída sobre
os labirintos da tirania".
Guilherme d'Oliveira Martins e os seus pares assinalaram ainda a
"vincada qualidade" do ano literário, adiantando que a lista de
finalistas incluiu romances como O Homem que Escrevia Azulejos, de Álvaro Laborinho Lúcio, Karen, de Ana Teresa Pereira, Estoril – Um Romance de Guerra, de Dejan Tiago Stankovic, O Meças, de José Rentes de Carvalho, e Eu Sou a Árvore, de Possidónio Cachapa.
Professora
e psicóloga, Ana Cristina Silva é natural de Vila Franca de Xira, no
distrito de Lisboa, onde reside, e especializou-se na área da
aprendizagem da leitura e escrita, tendo desenvolvido investigação no
domínio das aquisições precoces da linguagem escrita, ortografia e
produção textual.
Como ficcionista, estreou-se em 2002 com Mariana, Todas as Cartas. Em 2011 foi finalista do Prémio Literário Fernando Namora com o romance Cartas Vermelhas, em 2013 venceu o Prémio Urbano Tavares Rodrigues com o romance Rei do Monte Brasil, e no mesmo ano regressou à short list do prémio da Estoril-Sol com A Segunda Morte de Anna Karénina.
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