sexta-feira, 27 de setembro de 2019

CLUBE DE LEITURA - SETEMBRO

Ontem, pelas 21h00, na Biblioteca Municipal, decorreu a sessão do Clube de Leitura de setembro para a análise e discussão do livro "Carne crua" de Rubem Fonseca.

O autor, neste seu mais recente livro "reuniu vinte e seis contos que, embora mantenham a crueza de assassinatos, traições e injustiças sociais, trazem também a avidez das descobertas, a delicadeza das histórias de amor e umas trocas de olhar com a poesia", que no entanto, não perdem a sua natureza narrativa.

Segundo a apreciação do crítico literário brasileiro Mateus Baldi, Rubem "joga com esse humor despretensioso das pequenas coisas, aliado a uma prosa estranhamente fluída, como se deslizasse por entre os dedos e jamais permitisse ser apanhada", considerando que a estética está consolidada nesta obra. Talvez por isso seja apontado como o Papa da narrativa.

Apesar dos 94 anos de idade de Rubem a escrita é leve, jovem, interessante, "fora da caixa", mas por vezes desconcertante. No conto "Gosto de ver o mar" apresenta-nos um Brasil com uma perversa corrupção, em que vale tudo e onde a personagem nos diz: "Neste país os ladrões se dão bem, muito bem".

É um livro que apetece saborear lentamente, conto a conto, apreciando a beleza de um texto simples, despretensioso, ora inocente, ora sarcástico e cruel.

Há uma predominância de contos marcadamente anti-religiosos, com o adultério, o assédio no trabalho, o canibalismo, os assassinatos, nos quais deambulam sem remorsos personagens normalmente bastante agressivas, marginais, que espelham o mal das sociedades e, em particular, o quotidiano da sociedade brasileira onde prevalece a banalidade da morte e do crime. Muitos dos contos terão sido inspirados em casos que o autor lidou quando exerceu a profissão de Comissário de polícia.

Rubem Fonseca é natural de Minas Gerais, Brasil e é um dos mais prestigiados escritores brasileiros contemporâneos e um dos expoentes máximos da literatura de língua portuguesa. Traduzido em todo o mundo foi galardoado com o Prémio Camões em 2000. É autor de uma vasta narrativa, que tem vindo a ser publicada em Portugal, desde 2010. O seu livro "Feliz Ano Novo", publicado em 1975, que se tornou um best-seller, foi proibido pelo regime ditatorial, por ofensa à moral e bons costumes.

Deliciem-se com "A praça", riam com "Boceta", "Diarreia", "Igreja Nossa Senhora da Penha", "Oropa" ou com a realidade cruel de "Carne Crua" ou "Cornos".

Os contos são divertidos e vale a pena a sua leitura.




 










NOVIDADES BIBLIOGRÁFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA







NOVIDADES BIBLIOGRÁFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA (REVISTAS)






segunda-feira, 23 de setembro de 2019

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “ O RAPAZ QUE QUERIA APRENDER A OLHAR” DE VÍTOR PINTO BASTO

Na passada 6ª feira, pelas 21h30, decorreu a sessão de apresentação do livro "O rapaz que queria aprender a olhar" de Vítor Pinto Basto, com a apresentação a cargo do Dr. Rui Gomes, professor e historiador de S. João da Madeira.

Marcaram presença a Srª. Vereadora da Educação, Dra. Irene Guimarães, familiares, amigos, admiradores do autor, que já apresentou outros livros neste espaço.
Trata-se de uma obra que pretende despertar consciências para a importância da Liberdade e da Democracia e passar essa mensagem às novas gerações.  

Com humor e descrevendo factos históricos claros e objetivos, “O rapaz que queria aprender a olhar” faz um retrato contundente da ditadura salazarista. Não é nesse o mundo que esse rapaz quer viver, mundo de medo, com censura e guerra, reprimido e pobre. Além de ser um hino à Liberdade e uma homenagem aos milhares de presos pelo regime de Salazar apenas por exigirem a sua demissão ou por quererem fugir à miséria, este “olhar” de um adolescente leva-nos para um dos períodos mais polémicos da nossa história contemporânea. É o olhar de um jovem que questionava o que ia vendo, com o seu tio Aires preso político, e que tanto ambicionava por um país com as cores da democracia. Um olhar que faz pensar.

Vítor Pinto Basto, natural do Porto, casado com uma sanjoanense é licenciado em Filosofia. Iniciou a carreira de jornalista em 1983, de que desligou em abril de 2018, quando era editor de Justiça no Jornal de Notícias, onde foi editor de outras secções. Trabalhou em vários jornais, entre os quais “A Capital”, “Europeu” e “O Jornal”.
 Autor de três livros: “O Segredo de Ana Caio (contos), “Gente que dói - o conflito basco por quem o vive” (reportagem), e “ Morto com defeito” (romance). Autor de textos em revistas nacionais e estrangeiras.

O livro já se encontra disponível para leitura na Biblioteca Municipal. 

 
 
 
  

 

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “ O RAPAZ QUE QUERIA APRENDER A OLHAR” DE VÍTOR PINTO BASTO | HOJE, 6ª FEIRA, 21H30

A apresentação estará a cargo do Dr. Rui Gomes, professor e historiador de S. João da Madeira e Germano Silva, jornalista e historiador.








Sinopse: 
Com humor e descrevendo factos históricos claros e objetivos, “O rapaz que queria aprender a olhar” faz um retrato contundente da ditadura salazarista. Não é nesse o mundo que esse rapaz quer viver, mundo de medo, com censura e guerra, reprimido e pobre. Além de ser um hino à Liberdade e uma homenagem aos milhares de presos pelo regime de Salazar apenas por exigirem a sua demissão ou por quererem fugir à miséria, este “olhar” de um adolescente leva-nos para um dos períodos mais polémicos da nossa história contemporânea. É o olhar de um jovem que questionava o que ia vendo, com o seu tio Aires preso político, e que tanto ambicionava por um país com as cores da democracia. Um olhar que faz pensar.

Quem é Vítor Pinto Basto?

Natural do Porto. Iniciou a carreira de jornalista em 1983, de que desligou em abril de 2018, quando era editor de Justiça no Jornal de Notícias, onde foi editor de outras secções. Trabalhou em vários jornais, entre os quais “A Capital”, “Europeu” e “O Jornal”.
 Autor de três livros: “O Segredo de Ana Caio (contos), “Gente que dói - o conflito basco por quem o vive” (reportagem), e “ Morto com defeito” (romance). Autor de textos em revistas nacionais e estrangeiras.