Disponível na Biblioteca.
Escrito por Eça de Queirós há 135 anos, o primeiro conto desta obra - que se recomenda - retrata Luísa Vilaça, uma mulher misteriosa, de personalidade dupla, cleptomaníaca, e que nos leva a mergulhar no âmago da natureza humana, numa novela passada em 1800, em Vila Real.
Apesar de ter dado sempre preferência a Camilo adaptando-o por várias vezes, Manoel de Oliveira rende-se, desta vez, ao perfeccionismo descritivo de Eça de Queirós, prestando uma homenagem ao seu talento e à sua família.
É o seu filme mais económico, sem música, marcado apenas pelo toque de um relógio que faz as mudanças de tempo.
Em entrevista recente ao jornal Expresso, Manoel de Oliveira declara que Eça é implacável e até cruel com esta mulher, focando o lado imprevisível da vida, quando as coisas saem ao invés do que se espera, fazendo-lhe lembrar um pouco esta "trapalhada toda da crise e dos bancos que faliram. Quando se está prestes a remediar uma situação, vem uma "bomba", que destroi tudo".
Um filme e um livro de dois Mestres de quem nos devemos orgulhar. Boas leituras.
Segui a vossa sugestão e este fim de semana fui ver "Singularidades de uma rapariga loura". Gostei e recomendo. Obrigada
ResponderEliminarElisabete