sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

À conversa com... Sónia Louro

"É sempre bom encontrar um autor que admiramos desde há muito tempo e de que lemos todos os livros, porque muitas vezes os livros tornam-se completamente diferentes. Quando conhecemos o autor, os livros tornam-se diferentes, e tem-se, pelo menos no meu caso, uma compreensão mais orgânica do texto ao olhar os olhos do autor. "

António Lobo Antunes
(in diálogo com George Steiner)

A entrevista foi conduzida pela Dra. Suzana Menezes


A interessada e curiosa audiência 

 As obras de Sónia Louro 
disponíveis na Biblioteca Municipal

Ontem, decorreu mais uma sessão do "À conversa com..." na qual marcou presença a jovem escritora portuguesa Sónia Louro.

Sónia revelou-nos que apesar da sua  formação académica ser da área científica, a sua paixão pela história já vem dos tempos de escola e de um professor que fomentou esse gosto nos alunos.

"Viriato" foi o seu primeiro romance histórico quase sem fontes de informação, o que lhe permitiu romancear um pouco mais a sua biografia.

Em 2008 escreve "A vida secreta de D. Sebastião", uma viagem pela  vida íntima do rei e sobre a polémica à volta da veracicidade da sua morte ou sobrevivência. Esta obra divide-se em duas partes, a primeira sobre os acontecimentos até Alcácer Quibir e a segunda parte sobre quase todas as versões posteriores que alimentavam a esperança de que o rei tinha sobrevivido e que estaria em Veneza.

"A verdadeira peregrinação" é também um romance histórico que nos permite recuar 500 anos atrás à aventura empreendida por Fernão Mendes Pinto, na Ásia.

No seu romance mais conhecido "O cônsul desobediente" traça-nos um retrato de Aristides Sousa Mendes". Sónia confessou as  diversas fontes, ainda vivas, de informação a que teve que recorrer. Sendo uma personagem mais contemporânea tentou ser o mais verosímil possível.

As lacunas de informação não são para Sónia um problema, mas sim uma oportunidade para dar aso à sua criatividade.
Dos  heróis dos seus romances destaca as suas qualidades como a honra, o altruísmo, a bravura e um pensamento avançado para a época em que viveram.

No final, quase todos os presentes entraram em diálogo aberto com a escritora que se confessou encantada com a curiosa e atenta audiência.

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