A sessão com Mário Zambujal decorreu animada e bastante participada, com a presença de muitos admiradores e com os elementos do Clube de Leitura, que tinham previamente lido a sua mais recente publicação "Cafuné".
O escritor e jornalista veio falar-nos da sua obra literária e do seu percurso pela imprensa nacional. Sobre "Cafuné" o escritor explicou a sua tentativa de que que esta obra não fosse confundida com um romance histórico, apesar de surgirem personagens da nossa história, como por exemplo o rei D. João e Carlota Joaquina e retratar a época em que a corte abandona o país e foge para o Brasil.
Este livro obrigou-o a consulta de trabalhos de investigadores históricos que tinham passado anos nos Arquivos e a quem ele faz referência das suas fontes.
Afastou-se dessa febre dos romances históricos e também questiona se Cafuné poderá ser considerado um romance, pois segundo ele, pelos canones clássicos, a arquitectura do romance é bem mais complexa.
Mário Zambujal explica que como antigo jornalista passou à ficção para contar coisas que não aconteceram mas poderiam muito bem ter acontecido e pretendeu arquitectar uma história de crítica de costumes, vida e personagens urbanas, muito contemporâneas com um olhar de jornalista.
Zambujal revelou-nos aquilo que já todos sabiam, é um humanista e de uma grande sensibilidade em relação a tudo o que o rodeia, mas prefere divertir as pessoas com as suas histórias e sente-se muitas vezes compensado ao ser abordado pelos seus leitores que lhe confirmam já ter feito rir à gargalhada pessoas que estavam em profunda depressão.
Confessou-nos ainda que se esforça pela adaptação aos novos tempos, mas choca-o a actual situação e esta sociedade que se caracteriza por ser cada vez mais egoísta, individualista, em evolução tecnológica acelerada.
Mário Zambujal, fez a sua estreia literária em 1980 com Crónica dos Bons Malandros a que se seguiram Histórias do Fim da Rua e À Noite Logo se Vê. Após um interregno, em que escreveu histórias para televisão, teatro e rádio, voltou aos livros com Fora de Mão, Primeiro as Senhoras, Já Não se Escrevem Cartas de Amor e Uma Noite Não São Dias e Dama de Espadas e em 2012 publica Cafuné. Presidente do Clube de Jornalistas, Mário Zambujal foi ainda jornalista de A Bola e de O Jornal, subchefe de redacção de O Diário de Lisboa, chefe de redacção de O Século, director-adjunto do Record, director do Mundo Desportivo e dos semanários Se7e e Tal & Qual, subdirector do Canal 2 da RTP e apresentador de diversos programas de televisão.
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