segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Prémio Leya 2012 para Nuno Camarneiro




É um "romance urbano" à volta de um prédio de apartamentos à beira-mar. O prémio, no valor de 100 mil euros, é dado pelo grupo editorial Leya.

À quarta edição o Prémio Leya (100 mil euros) vai pela segunda vez para um autor português: Nuno Camarneiro, de 35 anos, vence com Debaixo de Algum Céu . Um romance que é uma "exploração da ideia de purgatório" segundo o seu autor.
Camarneiro tinha já uma obra publicada com a Leya, intitulada No Meu Peito Não Cabem Pássaros. A obra vencedora deverá ser publicada em Março e foi escolhida “por maioria” por um júri presidido por Manuel Alegre. 

O júri "apreciou no romance Debaixo de Algum Céu a qualidade literária com que, delimitando intensivamente a figura fulcral do 'romance de espaço' e do 'romance urbano', faz de um prédio de apartamentos à beira-mar o tecido conjuntivo da vida quotidiana de várias personagens - saídas da gente comum da nossa actualidade, mas também por isso carregadas de potencial significativo". 
O romance, continua o júri, que é um "retrato de uma microsociedade unida pelo espaço em que vivem os personagens", organiza-se a partir de um conjunto de vozes que dão conta de vidas e destinos que o acaso cruzou num período de tempo delimitado entre um Natal e um  Fim do Ano".

Além de escritor, Camarneiro, que nasceu na Figueira da Foz, é investigador e professor. Foi membro do GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) e do grupo musical Diabo a Sete, tendo ainda integrado a companhia teatral Bonifrates. Trabalhou no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear) em Genebra e concluiu o doutoramento em Ciência Aplicada ao Património Cultural em Florença. 

Em 2010 regressou a Portugal, sendo actualmente investigador na Universidade de Aveiro e professor do curso de Restauro na Universidade Portucalense do Porto. Começou por se dedicar à micronarrativa, tendo alguns dos seus contos sido publicados em colectâneas e revistas. No Meu Peito não Cabem Pássaros foi a sua estreia no romance. O júri diz ainda que a escrita "é precisa e flui sem ceder à facilidade, mas reflectindo a consciência de um jogo entre o desejo de chegar ao seu destinatário, o leitor, e um recurso mínimo a artifícios retóricos em que só uma sensibilidade poética eleva e salva a banalidade e os limites do quotidiano". 

Veja mais em: http://publico.pt/1577709

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