Ontem, pelas 21 horas decorreu mais um encontro dos membros do Clube de Leitura, que desta vez conversaram sobre a obra mais recente de Valter Hugo Mãe "A desumanização".
Esta obra remete-nos para a distante Islândia, zona geológica das mais recentes do planeta, terra de Trolls e de Elfos, de cantores e contadores de histórias, com paisagens vulcânicas e glaciares, de noites e dias sem fim, de auroras boreais e de céus dramáticos, de montanhas coloridas e de praias monocromáticas, de fogo e de gelo.
A paisagem inóspita e agressiva é o ponto de partida para justificar o
deambular destes seres humanos tão complexos, de vivências plurais mas
ao mesmo tempo afogados numa imensa solidão.
Foi consensual que o livro é um lamento de uma infinita tristeza sobre as angústias da vida e da morte, descritas de uma forma grotesca e ao mesmo tempo sublime, rico em metáforas e de característica poética, em que a certa altura a poesia é definida como "a linguagem segundo a qual deus escreveu o mundo" ou ainda na comparação do mar a um "diamante líquido".
Não faltam ainda várias referência a livros e à leitura em que "Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia".
No final o autor confessa "que este livro é uma declaração de amor esquisita, mas é a mais sincera declaração de amor aos fiordes do oeste islandês".
"A Islândia pensa" |
"A Islândia é temperamental, imatura como as crianças, mimada" |
"Tem uma idade geológica pueril" |
"É, no cômputo do mundo, infante." |
"Por viver a infância, decide com muito erro, agressiva e exuberantemente" |
"A Islândia era uma caldeira, uma panela de pedra sobre uma caldeira" |
..."os vulcões em erupção eram montanhas voadoras que alavam"... |
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