No âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, o Município e a Biblioteca Municipal proporcionaram, no passado dia 19 de Outubro, pelas 11h00 e 15h00, na Casa da Criatividade, o espetáculo "Pessoas de Fernando", destinado aos alunos do 12º ano de todas as Escolas Secundárias da cidade e restante comunidade sanjoanense.
Este projecto envolveu música e poesia, baseado em textos de Fernando Pessoa, tendo sido ditos por Manuela Melo, Margarida Dias e Gil Milheiro.
A parte musical, com a voz de Miguel
Fernandes, Paulo Freitas e um conjunto de músicos, na qual não faltaram as Guitarras, a Harmónica, o Bandolim, o Ukulele e a Guitarra Portuguesa, fizeram vibrar o jovem público.
A
performance ao vivo transportou para o palco o conteúdo do cd editado em Janeiro
deste ano. Trata-se de um álbum conceptual, em que todos os poemas ou excertos
de poemas surgem fundidos com ambientes sonoros e/ou musicais ou sob a forma de
canção.
“...Pessoas de Fernando, é o nosso caminho, consubstanciado
nas emoções que a leitura do Poeta suscitou em nós… Dado que a Poesia e a Música se
abraçam numa simbiose artística inalienável, quisemos, ao unir estas duas
expressões, prestar o nosso tributo ao Poeta”.
"Eivados do princípio pessoano de que a criação
artística é “intelectualização da sensação através da expressão”, tivemos
como ponto de partida a nossa própria emoção de leitores, convictos de que um
poema é um produto intelectual, artisticamente verdadeiro e realizado, desde
que accione as cordas do sentir de quem o lê.
Pessoa foca-se num eu inquieto, voltado para
a obsessão da análise de temas em torno da nostalgia de um bem perdido, ou da
reminiscência do mundo feérico e irreversível da infância, da solidão e da angústia
existencial, do cepticismo, da náusea, do conflito entre o ser e o
não ser, do amor. Por estas sendas enveredámos para aqui chegarmos.
E depois… a música, a nossa, aquela que foi ‘batendo’
dentro de nós, como um manancial que nasce das entranhas da terra e se faz seiva
para alimentar a palavra poética, fazendo de ambas um
organismo vivo".
Sendo a música, no dizer de Degas, “não a forma,
mas a maneira de entender a forma”, quisemos que a nossa música entrasse em
diálogo com a palavra de Fernando Pessoa.
Com este contributo, pretende-se que este espetáculo tenha feito despertar o interesse pelo estudo e fruição do obra pessoana.
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