Na passada sexta-feira, pelas 18h30,
teve lugar a inauguração da exposição de aguarelas "Paragens, onde as
viagens cabem" da artista sanjoanense Nanni Pinto, com a presença de Irene
Guimarães, Vereadora da Educação, amigos, familiares e admiradores.
Nanni é também uma excelente ilustradora e tem sido presença habitual nos Encontros anuais de Ilustração, promovidos pela Junta de Freguesia de S. João da Madeira.
Alice Gradíssimo na apresentação da obra e da artista não
poupou elogios à técnica de aguarela, que Nanni soube aprimorar de forma admirável,
visto ser das mais difíceis de se conseguir bons resultados. É feita apenas com água, pigmentos e habilidade na manipulação destes elementos.
Alice conduz-nos no percurso entre aguarelas e ilustrações e afirma
"Como ponto de partida e de chegada remeto estes “flashes” do livro da
artista e escritora, como pontes para as suas aguarelas que se revestem de
particularidades e se ligam a mundos vividos e experienciados em solidões e
vidas transpostas para a película ou tela. São suportes vivos e frágeis,
papéis, que vivem da água e de pigmentos…
A
pintura de nannipinto comunica através de olhares e abraços compridos que nos
levam numa viagem de reflexão e perscrutação ao “Eu” emancipatório. Assim, a
transparência da aguarela é elevada em múltiplos sentidos e é edificada na
obra, como reflexo da permanência que fica, … camada a camada, cor a cor, viva
e quente, mostra revivalismos onde o ser se constrói em pinceladas longas,
curtas, precisas e curvilíneas…
A
vida a correr, o ser a viver dicotomias entrelaçadas na trama que trama os
movimentos perpétuos… desnovelar o rolo de arte pura de pigmentos que mantém o
cromatismo e permitem a visão de camadas de tinta com sobreposições cromáticas,
tão delicadas como difíceis…
A
sua obra remete-nos para a esfera oriental, o exótico permanece, tal como o
primitivismo que nos leva às origens, dizê-lo em sentido duplo: origem da
técnica e no sentido ontológico. A artista parece ter a dupla intenção de
juntar o oriente ao ocidente, trazendo-nos figurações, retratos e técnicas
originárias da China.
Sobre papel e pergaminho, ditam-se
histórias e estórias onde a palavra escrita se transmuta em cores do sol e
ouro…alquimia de tons e sons, o vento, a chuva, o fogo, quente e frio,
dicotomias de qualquer coisa em muitos lugares comuns…"
Esta mostra, que merece a sua visita, estará patente até 31 de dezembro.
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