Na
passada sexta-feira, pelas 21h30, teve lugar a apresentação do livro
"Dicotomia do ser ou diário de um palhaço" de Nanni Pinto.
A
apresentação esteve a cargo Professor Emílio Ferreira, Licenciado em Teologia
pela Universidade Católica Portuguesa do Porto. Houve também uma uma
Performance Art com o Duo de clarinetes composto por Ângela Barradas e Rodrigo
Tavares e no final foi apresentado um filme do 7º Capítulo do livro,
interpretado Teatro PALABAR, de Braga.
O Professor Emílio Ferreira, não poupou
elogios à autora e à obra agora publicada. Comparou a sua postura na vida ao
percurso histórico de S. João da Madeira, berço de Nanni, que se tem distinguido através do
amor ao trabalho, da afirmação do seu sentido autónomo, único e indivisível, empreendedor,
numa constante luta interior por uma maior qualidade de vida, em estado de
grande sabedoria, adquirida através da maturidade e expressa através da arte,
"forma de expressão pelo sentido do Ser por excelência”.
Emílio Ferreira compara-a com “os grandes místicos antepassados, que trata como ninguém, o sofrimento por tu, fala com ele, vive,
indissoluvelmente, com ele, carrega-o e revela-o ao mundo com delicadeza,
anuindo, sem receios, os atributos da transcendência da vida-mistério, sem
fechar as portas gnósticas à religiosidade”.
“Num mundo corcovado pela voracidade do tempo submisso ao
consumismo desenfreado e ao desumanizante pan(capitalismo) universal, não é
fácil desbravar refúgios onde o Ser se possa encontrar para ensaiar o
pensamento reflexivo e libertador.
A ousada chave da "Dicotomia do Ser" de Nanni
Pinto assume, naturalmente e desde logo, essa distinção, reencontrando a
complexidade inesgotável da ontologia do Homem enquanto sujeito de obra
inteligível face à desafiante alteridade.
A primeira parte da obra é efetivamente uma reflexão sobre o eu, a
dúvida existencial, na segunda parte Nanni assume um heterónimo
de nome "Carlito" e conta a história de um palhaço triste, reflexivo, que tal
como a autora vive numa procura voraz pelo sentido da existência.
Toda a obra é ilustrada com as magníficas aguarelas que se encontram em exposição na Biblioteca desde o passado dia 8 de novembro.
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