O
vencedor do Prémio Camões 2018 é o escritor cabo-verdiano Germano
Almeida. O escritor, que nasceu na ilha da Boavista em 1945, tem a sua
obra publicada em Portugal pela editora Caminho, que em breve editará o seu
mais recente romance, O
Fiel Defunto . Estreou-se como contista no início da década de 80 e
o seu primeiro romance, O
Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo, teve os
direitos vendidos para vários países e foi adaptado ao cinema por
Francisco Manso.
O
prémio, que chegou este ano à sua 30.ª edição, foi anunciado esta tarde, após
reunião do júri, no Hotel Tivoli, em Lisboa. O júri desta edição foi
composto por Maria João Reynaud, professora jubilada da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto (Portugal); Manuel Frias Martins, professor jubilado da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Portugal); Leyla Perrone-Moisés,
professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo (Brasil); José Luís Jobim, professor aposentado da
Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Brasil); pelos PALOP, Ana Paula Tavares, poeta e Professora de Literaturas
Africanas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Angola); José Luís
Tavares, poeta (Cabo Verde).
Criado
por Portugal e pelo Brasil em 1989, o Prémio Camões tem um valor de 100 mil
euros e é a mais importante consagração literária da língua portuguesa. No ano
passado foi entregue ao poeta e romancista Manuel Alegre, o autor de Praça da Canção q ue, aos 81 anos, se tornou no 12.º português
premiado.
Até então era o Brasil que contava com mais autores
galardoados: João Cabral de Melo Neto, em 1990, Rachel de Queiroz (1993), Jorge
Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca
(2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira
Gular (2010), Dalton Trevisan (2012), Alberto da Costa e Silva (2014) e Raduan
Nassar (2016). Portugal inaugurou o prémio com Miguel Torga (1989) e
viu-o contemplar mais 11 autores: Vergílio Ferreira (1992), José Saramago
(1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999),
Eugénio de Andrade (2001), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís
(2004), António Lobo Antunes (2007), Manuel António Pina (2011), Hália Correia
(2015) e o já referido Manuel Alegre (2017).
O Prémio Camões foi pela primeira vez atribuído a um
escritor africano quando, em 1991, a escolha do júri recaiu sobre o poeta
moçambicano José Craveirinha. Seis anos mais tarde foi a vez de Pepetela
assinar a estreia de Angola, país que voltaria a ter a sua literatura
reconhecida em 2006 com a obra de Luandino Vieira, escritor que viria a recusar
o prémio. Em 2009, venceu o poeta cabo-verdiano Arménio Vieira e em 2013 o
romancista moçambicano Mia Couto.
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